Pré-mercado: A Super Quarta chegou!
Powell regendo a política monetária / ✅Amadeus (1984)
Bom dia, pessoal!
Os investidores estão aguardando a decisão de taxas de juros do Federal Reserve, esperada para a tarde de hoje (17), e do Copom, que divulgará seu comunicado depois do pregão desta quarta-feira.
Nos EUA, os economistas esperam que o presidente do Fed, Jerome Powell, tente convencer os mercados de que o banco central pode continuar a fornecer apoio sem provocar uma inflação mais alta.
Hoje, na expectativa para o grande evento, mercados abrem em baixa na Europa, acompanhados pelos futuros americanos. A ver…
Copom durante o pior momento da pandemia
Na esteira de dados econômicos positivos, acima do esperado – ontem (16), o Caged divulgou um saldo líquido de emprego formal positivo em 260.353 vagas em janeiro, mais de 81 mil novas vagas além do esperado –, o BC tem se visto em uma encruzilhada.
Se por um lado haverá de ir contra seu próprio discurso sustentado nos últimos meses, de que a inflação atual seria transitória, por outro uma elevação da taxa de juros poderá balancear melhor a equação de forças.
O mercado entende como certo um movimento na Selic Meta hoje, depois do pregão, com as estimativas variando das mais agressivas para as mais moderadas.
Anteriormente, a expectativa era de que, para não haver um choque de comunicação muito grande, o BC optaria por ser mais contido na elevação, com algo como uma alta de 25 a 50 pontos-base (bps), ao passo que manteria um discurso duro.
Porém, depois de indicadores econômicos mostrarem uma atividade acima do esperado, a inflação insistir em não desacelerar (IGPs rodando acima de 20% e IPCA acumulado de 12 meses acima de 5%), a perspectiva fiscal se agravar e o dólar perder um pouco da estribeira que lhe cabia – o quadro de maior fragilidade fiscal colaborou com a fuga de capital –, os agentes já consideram uma alta de 50 a 75 bps como mais provável.
No momento atual, uma Selic de 2,50% a 2,75% poderá ajudar a conter as expectativas de inflação e achatar a curva de juros. O problema?
Estamos subindo taxa de juros mesmo com desemprego na casa de dois dígitos. O mercado já espera o movimento do BC, então resta ver como o comunicado em conjunto virá – se mais “hawkish” (sinalizando mais aperto no futuro) ou se mais “dovish” (mantendo o tom flexível).
Entendemos que a primeira opção seja a mais provável e deverá contribuir para reduzir um pouco da volatilidade relativa.
Cada Copom tem seu Fomc
O Federal Reserve dos EUA também se reunirá hoje. Ninguém espera um movimento de fato da autoridade, então o nome do jogo é “trabalho com expectativas”.
A depender do comunicado que segue a decisão de política monetária e da fala de Powell na coletiva, os investidores podem ter novos inputs para trabalhar sobre as expectativas.
Provavelmente, o Fed terá uma visão mais positiva da economia. Entre novas entregas de dados diariamente, indicadores seguem sendo revisados para cima, enquanto novos passam a ser apresentados acima da expectativa.
Uma novidade desde a última reunião do Fed: o pacote fiscal foi bem maior do que o esperado (poucos contavam com US$ 1,9 trilhão com casca e tudo). Ainda há muita capacidade ociosa na economia e o desemprego está acima de 6% (estima-se que o dado real seja um pouco acima disso).
Logo, o Fed terá sua desculpa para acrescentar medidas de estímulo, uma vez que é improvável que toda a capacidade ociosa do mercado de trabalho dos EUA seja ocupada neste ano.
Novos direcionamentos sobre o programa de compras de ativos ou comentários inéditos sobre inflação ou curva de juros serão bem-vindos.
A volta dos que não foram
A vacina da AstraZeneca, que estava sendo suspensa temporariamente em diversas localidades da Europa, voltou a ser colocada em uso – a Itália e França voltaram atrás, depois que a Agência Europeia de Medicamentos disse acreditar que os benefícios da vacina da AstraZeneca são maiores do que os riscos.
A proibição era um problema, pois poderia dissuadir as pessoas de serem vacinadas, provocando uma recuperação econômica mais demorada.
A Europa ainda está atrasada no calendário de vacinação, principalmente se comparada com os EUA – em novo comunicado, Biden foi vocal em dizer que nos próximos dias quer vacinar mais 100 milhões de pessoas.
Pelo menos a suspensão durou pouco tempo, mal foi colocada em prática e as autoridades já começaram a voltar atrás na decisão.
Anote aí!
Os grandes dados do dia são as decisões de política monetária. Fora isso, o Brasil contará com IPC-Fipe da segunda quadrissemana de março e IPC-S Capitais, ambos indicadores de inflação importantes em tempos como os atuais.
Adicionalmente, a FGV divulga seu monitor do PIB brasileiro de janeiro e o Ministério da Economia divulga o Boletim MacroFiscal (estimativa de indicadores econômicos do governo).
No exterior, resultado do setor de incorporação (construção civil) e preços ao consumidor da Zona do Euro chamam a atenção, bem como estoques de petróleo nos EUA – faz preço na commodity.
Muda o que na minha vida?
Depois de aprovar um pacote de US$ 1,9 trilhão, vacinar a população e já planejar a campanha contra a Covid-19 para 2022, qual o próximo passo de Biden? Wall Street já está justamente de olho no próximo plano trilionário do presidente. O foco? Infraestrutura.
O estímulo de US $ 1,9 trilhão foi adotado sem muito barulho e o governo Biden agora começa a definir uma grande proposta de infraestrutura. A equipe de Yellen afirma já estar com as mangas arregaçadas, de modo a não perder tempo.
Entre os temas do novo pacote, infraestrutura, educação (treinamento para os desempregados) e meio ambiente (energia renovável, principalmente) estarão na lista para abordar a seguir. Ambicioso é pouco para o plano.
Há quem espere que a Casa Branca proponha pelo menos mais US$ 2 trilhões para infraestrutura, mas projeções mais agressivas acreditam que o projeto pode chegar a US$ 4 trilhões se o próximo pacote fiscal também tentar resolver questões relacionadas à saúde.
Além do tamanho e escopo do pacote, espere que grande parte da discussão futura se concentre em como o governo dos EUA planeja pagar pela iniciativa.
Isso mesmo, vem aumento de imposto aí. O panorama fiscal dos países, gradualmente, voltará a ser o foco das discussões macro. A conta Covid chega para todo mundo, inclusive para o Brasil (parece que ela já chegou antes mesmo da pandemia). A abertura de discussão sobre impostos deverá se espalhar.
Fique de olho!
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As previdências da Verde, gestora do icônico Luis Stuhlberger, e da Ibiuna estão fechadas para novos aportes no momento.
Um abraço,
Jojo Wachsmann
O que você está lendo é [Pré-mercado: A Super Quarta chegou!].Se você quiser saber mais detalhes, leia outros artigos deste site.
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