Após início explosivo, EUA concluem negociações “difíceis” com a China no Alasca
Os Estados Unidos chegaram a acusar a China de “arrogância”, e ambos os lados sugeriram que o outro havia quebrado o protocolo diplomático (Imagem: Frederic J. Brown/Pool via REUTERS)
Autoridades norte-americanas e chinesas concluíram nesta sexta-feira o que os 💥️Estados Unidos chamaram de negociações “difíceis e diretas” no Alasca, que revelaram a profundidade das tensões entre as duas maiores economias do mundo no início do governo 💥️Biden.
Os dois dias de reuniões, as primeiras conversas presenciais de alto escalão desde que o presidente dos EUA, Joe Biden, assumiu o cargo, terminaram depois de um inflamado começo de conversa na quinta-feira, quando os dois lados cutucaram publicamente as políticas um do outro na frente das câmeras de TV.
A preparação para as discussões em Anchorage, que ocorreram após as visitas de autoridades norte-americanas aos aliados 💥️Japão e 💥️Coreia do Sul, foi marcada por uma série de ações dos EUA para mostrar que estava assumindo uma posição firme, assim como por comentários contundentes de alerta da 💥️China, avisando aos Estados Unidos para descartar as ilusões de que iria ceder.
“Esperávamos conversas difíceis e diretas sobre uma ampla gama de questões, e foi exatamente isso que tivemos”, disse a repórteres o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, momentos depois que a delegação chinesa deixou a sala de reuniões do hotel.
Integrantes da delegação chinesa deixaram o hotel sem falar com repórteres, mas o principal diplomata da China, Yang Jiechi, disse mais tarde à mídia estatal chinesa que as discussões foram construtivas e benéficas, “mas, é claro, ainda há diferenças”.
O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, ao lado de Sullivan, afirmou não estar surpreso com o fato de os Estados Unidos terem recebido uma “resposta defensiva” da China após levantar suas preocupações sobre os abusos dos direitos humanos em Xinjiang, Tibet e Hong Kong, bem como sobre ataques cibernéticos e pressão sobre Taiwan.
Mas Blinken disse que os dois lados também têm interesses que se cruzam sobre Irã, Coreia do Norte, Afeganistão e mudança climática, e que os Estados Unidos concretizaram nas reuniões o que queriam fazer.
“Sobre economia, comércio, tecnologia, dissemos aos nossos homólogos que estamos revisando essas questões em estreita consulta com o Congresso, com nossos aliados e parceiros, e vamos avançar nelas de uma forma que proteja totalmente e promova os interesses dos nossos trabalhadores e nossos negócios”, disse Blinken.
De acordo com a rede de televisão chinesa CGTN, o conselheiro de Estado da China, Wang Yi, que participou das reuniões, disse que os chineses avisaram aos EUA que a soberania da China é uma questão de princípio e que não subestimem a determinação de Pequim em defendê-la.
Depois dos comentários de abertura na quinta-feira de Blinken sobre o desafio da China a uma ordem internacional baseada em regras, Yang atacou com um discurso criticando a democracia dos EUA e as políticas externas e comerciais.
Os Estados Unidos chegaram a acusar a China de “arrogância”, e ambos os lados sugeriram que o outro havia quebrado o protocolo diplomático.
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