Queiroga assume o Ministério da Saúde, mas Bolsonaro ainda busca espaço para Pazuello
Segundo uma fonte próxima do presidente, Bolsonaro conversou na segunda-feira com Pazuello para informá-lo da sua exoneração, que deve ocorrer na quarta-feira (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)
Mais de uma semana após o anúncio de que o cardiologista 💥️Marcelo Queiroga seria o novo ministro da Saúde, o presidente 💥️Jair Bolsonaro deu posse a ele no cargo nesta terça-feira em uma cerimônia fora da agenda e fechada, antes mesmo da publicação da exoneração do comando da pasta de 💥️Eduardo Pazuello, disseram fontes.
Bolsonaro ainda procura um cargo no governo para Pazuello, general da ativa do Exército, e o nome dele surge agora como cotado para coordenar o Programa de Parceria em Investimentos, disseram à Reuters fontes a par do assunto.
Queiroga, que é sócio de várias empresas médicas na Paraíba, precisava deixar as sociedades para assumir de fato o ministério, de acordo com as regras da administração pública.
O Planalto tinha planejado uma cerimônia na quinta-feira, com a exoneração de Pazuello a partir de quarta, mas o presidente decidiu antecipar a posse para já apresentar Queiroga como ministro de fato em reunião com os demais chefes de Poderes marcada para quarta-feira pela manhã, disse uma fonte.
A intenção é chegar ao encontro, chamado pelo próprio presidente, com o novo ministro para rebater as críticas de que o ministério estava acéfalo e apresentar o fato consumado.
O governo, no entanto, ainda não tinha decidido até o início da tarde qual seria o destino de Pazuello. De acordo com uma fonte com conhecimento do assunto, a mais recente solução, apresentada pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, 💥️Onyx Lorenzoni, seria colocar Pazuello para coordenar o PPI, que cuida das concessões e privatizações do governo.
O programa, como secretaria especial, hoje está no 💥️Ministério da Economia, depois de ter sido parte da Casa Civil enquanto Onyx era ministro. Coordenado por Martha Seillier, técnica que trabalha na área desde o governo do ex-presidente Michel Temer, é visto como uma área que funciona no governo.
O governo, no entanto, ainda não tinha decidido até o início da tarde qual seria o destino de Pazuello (Imagem: REUTERS/Carla Carniel)
Uma mudança na coordenação, avalia essa fonte, pode desestruturar a área. “É resolver um problema criando outro.”
Essa mudança, no entanto, não está definida, garante a fonte próxima do presidente. Segundo ela, o mais provável sim é que Pazuello ganhe um cargo no Palácio do Planalto. Essa alternativa poderia ser a secretaria do PPI, que sairia da Economia, ou então uma secretaria especial.
Bolsonaro chegou a considerar a criação de um ministério para cuidar do desenvolvimento da Amazônia Legal, que teria sob seu guarda-chuva órgãos como a Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), mas a ideia não foi adiante.
“Não tem como criar ministério nesse momento, não é uma boa. Já começaram a atacar essa ideia”, disse à Reuters a fonte.
O Ministério da Amazônia era a ideia preferida de Pazuello, que chegou a falar a auxiliares sobre a possibilidade. O atual ministro da Saúde é da região, tem família lá e pensa em um candidatura política pelo Amazonas.
A ideia, no entanto, foi de fato extremamente atacada, não apenas nas redes sociais como no Congresso. Chegou ao Palácio do Planalto a informação de que a criação de um novo ministério, que precisa ser por medida provisória ou por projeto de lei, poderia não ser aprovada, disse uma terceira fonte.
O Ministério da Amazônia era a ideia preferida de Pazuello, que chegou a falar a auxiliares sobre a possibilidade (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)
Se ficar sem cargo no governo, Pazuello teria que voltar para o Exército e esperar um posto ficar vago. No entanto, de acordo com uma das fontes, o Exército não gostaria de ver o general, que se envolveu diretamente em várias crises no comando da Saúde e ficou com imagem de grande envolvimento com o lado político do governo, de volta às suas fileiras.
A ideia dos generais é que Pazuello fosse então imediatamente para a reserva. O ministro, no entanto, ainda teria três anos de serviço ativo e não quer ir para a reserva.
💥️(Atualizada às 15h10)
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