Bolsonaro fala em vacinação no pior dia de mortes por Covid-19 e é alvo de panelaços
Nesta terça, o Brasil superou pela primeira vez desde o início da pandemia a marca sombria de 3 mil óbitos pela doença (Imagem: Flickr)
O presidente 💥️Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira, no dia em que o 💥️Brasil registrou um novo recorde de mortes pela 💥️Covid-19, que o governo federal fará de 2023 o ano da 💥️vacinação dos brasileiros contra a doença, em um pronunciamento em rede nacional marcado por protestos contra o presidente.
Em pouco mais de 3 minutos, o presidente, que já minimizou a efetividade da imunização e chegou a declarar que não iria se vacinar, defendeu que o governo vem tomando medidas de enfrentamento ao coronavírus e lembrou que em poucos meses o país estará produzindo suas doses contra a Covid-19.
“Estamos no momento de uma nova variante do coronavírus, que infelizmente tem tirado a vida de muitos brasileiros”, disse Bolsonaro logo no início do pronunciamento, no dia em que o Brasil superou pela primeira vez desde o início da pandemia a marca sombria de 3 mil óbitos pela doença registrados em um único dia, com um recorde de 3.251 mortes notificadas no período de 24 horas.
“Quero tranquilizar o povo brasileiro e afirmar que as vacinas estão garantidas”, afirmou, citando previsões de doses ao longo do ano.
Bolsonaro e a gestão do governo na área da saúde têm sofrido críticas e baixas na popularidade, o que levou a uma mudança de tom no discurso do presidente em relação às vacinas. “Estamos fazendo e vamos fazer de 2023 o ano da vacinação dos brasileiros”, disse.
O presidente, porém, ainda tem posição controversa em relação às medidas de restrição de circulação e de aglomeração de pessoas, como as adotadas por governadores. O tema não foi abordado no pronunciamento.
A fala de Bolsonaro na noite desta terça-feira foi recebida por panelaços e gritos contra o presidente em cidades pelo país, como 💥️São Paulo, 💥️Rio de Janeiro e 💥️Brasília.
Apesar da promessa do presidente sobre a vacinação, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) reduziu em mais de 10 milhões de doses o número de vacinas a serem entregues ao 💥️Ministério da Saúde no mês de abril, passando de uma previsão inicial de 30 milhões para 18,8 milhões.
A redução das doses da Fiocruz representa mais um baque no lento processo de vacinação brasileira contra a Covid, no momento em que o país atravessa sua pior crise e se tornou o epicentro da pandemia no mundo.
Apenas 2,6% da população brasileira com mais de 18 anos foi vacinada com as duas doses, de acordo com levantamento da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), enquanto o percentual que recebeu a primeira dose é de 7,6% o que corresponde a 12,1 milhões de pessoas.
A promessa original do Ministério da Saúde era distribuir 45,9 milhões de doses apenas no mês de março, mas esse total foi reduzido para entre 25 milhões e 28 milhões por problemas na importação de doses da Índia e por atraso da Fiocruz em sua produção.
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