Três morrem em protestos em Mianmar; Banco Mundial alerta para contração
Ao menos 320 pessoas morreram na repressão à dissidência desde o golpe de 1º de fevereiro, nove delas nesta madrugada, de acordo com cifras compiladas pela Associação de Assistência a Prisioneiros Políticos (AAPP) (Imagem: REUTERS/Stringer)
Forças de segurança de 💥️Mianmar mataram a tiros três manifestantes contrários à junta militar que governa o país nesta sexta-feira, disseram testemunhas, e o💥️ Banco Mundial alertou que a economia do país pode encolher 10% neste ano devido aos tumultos vistos desde o golpe de Estado do mês passado.
“Dois foram mortos com tiros na cabeça”, disse uma testemunha que viu forças de segurança abrirem fogo em manifestantes que acenavam com bandeiras negras em Myeik, cidade do sul do país.
“Não podemos recolher o (terceiro) corpo porque muitas forças de segurança estão lá”, disse a testemunha à Reuters, acrescentando que várias outras pessoas ficaram feridas. A testemunha pediu anonimato por medo de represálias.
Ao menos 320 pessoas morreram na repressão à dissidência desde o golpe de 1º de fevereiro, nove delas nesta madrugada, de acordo com cifras compiladas pela Associação de Assistência a Prisioneiros Políticos (AAPP).
Seus dados mostram que ao menos 25% das vítimas morreram com tiros na cabeça, o que provoca a suspeita de que os ferimentos fatais foram deliberados.
A Reuters não conseguiu verificar de forma independente o número de mortos. Um porta-voz dos militares não respondeu chamadas pedindo comentários.
Na tentativa de aumentar a pressão sobre a junta, os 💥️Estados Unidos e o 💥️Reino Unido impuseram sanções a conglomerados controlados pelos militares, o que Washington classificou como uma reação à “repressão brutal” deles.
Protestos ocorreram em todo o país de madrugada e nesta sexta-feira, inclusive nas regiões de Mandalay e Sagaing, assim como nos Estados de Karen e Chin, mostraram reportagens.
Um grupo de cerca de 100 pessoas batendo tambores realizou um protesto em Sule, uma área do centro de Yangon, até ser dispersado pelas forças de segurança, disseram testemunhas.
“Esta guerra não termina até vencermos”, afirmou Phone Naing, um dos manifestantes, à Reuters. “Eu os enfrentarei tanto quanto puder.”
Organizadores convocaram protestos generalizados no sábado, que é o Dia das Forças Armadas e lembra o início da resistência militar à ocupação japonesa em 1945.
Também nesta sexta-feira, o Banco Mundial reverteu sua projeção de crescimento da economia de Mianmar para uma contração de 10% em 2023.
O país “está fortemente afetado por protestos, greves de trabalhadores e ações militares, reduções na mobilidade e o transtorno em curso nos serviços públicos críticos, além dos setores de bancos e logística e dos serviços de internet”, disse.
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