BC teria de subir juro a 6,5% ainda em 2023 para garantir meta de inflação de 2022, diz BNP Paribas
O BC vai ter de ponderar. Será que faz sentido você subir os juros de repente para 7%, 8% para garantir a inflação em 3,5% (Imagem: REUTERS/Ueslei Marcelino)
O 💥️Banco Central teria de subir a 💥️Selic para 6,50% ainda neste ano para garantir o cumprimento da meta de inflação em 2022, disse Gustavo Arruda, chefe de pesquisa para 💥️América Latina do 💥️BNP Paribas, que calcula inflação fora da meta tanto neste ano quanto no próximo e vê o 💥️câmbio ainda pressionado no curto prazo.
“O BC vai ter de ponderar. Será que faz sentido você subir os juros de repente para 7%, 8% para garantir a inflação em 3,5% ou pelo menos aumentar a chance de chegar a esse 3,5% com um custo econômico muito grande?”, disse Arruda.
O BNP estima uma pausa nas altas de juros mais para o fim do ano e retomada do processo de normalização monetária no primeiro semestre de 2022.
“Difícil determinar a direção por agora, mas acho que o risco é o BC não conseguir parar (de subir os juros)”, disse. “Quando a gente fala de uma política monetária com uma inflação que segue surpreendendo é o risco de não poder parar. (…) Mas esse é um debate que vai ser definido mais para o segundo semestre (de 2023)”, afirmou o executivo.
Arruda vê Selic de 5% em 2023 e de 6,5% em 2022, com inflação de 5% neste ano (com viés de alta) e de 4% no próximo. A meta de inflação é de 3,75% para este ano e de 3,50% para 2022.
A Selic está em 2,75%. O mercado estima que o juro será elevado para 5% em 2023, ano em que a inflação ficará em 4,81%, conforme a mais recente pesquisa Focus do BC.
Ainda de acordo com a sondagem, a Selic irá para 6% em 2022, quando o IPCA será de 3,51%.
Arruda diz que não se deve contar que uma eventual e improvável valorização cambial no curto prazo ajude a amenizar a inflação. O dólar, aliás, seguirá pressionado pelos ruídos fiscais, em meio a pressões por mais gastos e à aproximação do período pré-eleitoral.
“O fundamento do real é para apreciação, mas estamos pouco otimistas de que isso deve acontecer no curto prazo”, afirmou, vendo o câmbio “esticado” (dólar excessivamente valorizado). “As notícias de pressão e flexibilização fiscal vão continuar aparecendo. Por isso não vemos a convergência do câmbio.”
Com juros, inflação e dólar altos, a economia vai crescer 2,5% em 2023, prevê o BNP, mostrando-se mais conservador que a média do mercado, que prevê expansão de 3,18%.
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