Cooxupé prevê queda de 32% na safra de café em 2023, mas espera maiores embarques

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Com uma safra menor, a cooperativa, que também é a maior exportadora de café do Brasil, espera receber menos grãos em 2023 (Imagem:REUTERS/José Roberto Gomes)

A safra de 💥️café dos cooperados da 💥️Cooxupé em 2023 foi estimada nesta quarta-feira em 7,49 milhões de sacas de 60 kg, queda de cerca de 32% ante a temporada de 2023 por efeito da seca e da bienalidade negativa, informou a maior cooperativa de cafeicultores do Brasil ao divulgar o seu balanço do ano passado.

A colheita, que deve começar entre o final de maio e início de junho, ainda será menor que a vista no último ano de baixa do ciclo bienal do arábica (2019), quando a produção somou 7,7 milhões de sacas, segundo dados da cooperativa.

A produção deste ano será “impactada pelo comportamento climático que provocou crises hídricas no solo e exposição da planta a altas temperaturas desde o último setembro”, disse a Cooxupé, que só trabalha com 💥️grãos arábica.

“Em 2023, tivemos um ano de safra alta, um clima favorável, seca na colheita, produzimos cafés de alta qualidade… Por outro lado, tivemos um clima ruim para esta safra que estamos iniciando”, disse o presidente da Cooxupé, Carlos Augusto Rodrigues de Melo, em entrevista por telefone, citando o impacto da estiagem para as floradas nos últimos meses de 2023.

“Com isso, reduz bastante a produção deste ano, que é de bienalidade de baixa e os cafeeiros sofreram muito com a seca”, completou, lembrando que a colheita pode começar com um ligeiro atraso, devido às questões climáticas.

“Os cafés estão bastante verdes ainda, atrasou um pouco, houve seca.”

Com uma safra menor, a cooperativa que também é a maior exportadora de café do Brasil espera receber menos grãos em 2023, com um volume estimado em 6 milhões de sacas, sendo 4,6 milhões dos cooperados, disse Melo.

No ano passado, a Cooxupé teve o maior recebimento de café da história, totalizando de 8,1 milhões de sacas, das quais 6,6 milhões entregues somente pelos cooperados.

Contando com estoques do ano passado, a cooperativa deverá elevar os embarques totais em 22% em 2023, apesar de uma safra menor.

Considerando as vendas para os mercados externo e interno, os embarques devem atingir um recorde de 7,2 milhões de sacas neste ano, versus 5,9 milhões em 2023 e 6,4 milhões em 2023.

Café Grãos Agricultura Agronegócio

A Cooxupé fechou 2023 com faturamento de 5,03 bilhões de reais, versus 4,2 bilhões em 2023 (Imagem: Reuters/Paulo Whitaker)

Do total previsto para ser embarcado em 2023, 6,5 milhões de sacas serão direcionadas ao mercado externo, versus 4,9 milhões em 2023.

“O ano de 2023 foi de produção alta, não conseguimos cumprir todos os embarques dentro do ano, então fica para o próximo”, comentou o presidente, lembrando que a cooperativa ainda lida com escassez de contêineres registrada no mercado.

Ele avalia que a situação deverá demorar “um pouco” para se regularizar, já que a pandemia tem impactado os fluxos comerciais e por consequência a logística.

O presidente do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil, Nicolas Rueda, também disse que foi mais difícil conseguir contêineres em março. “Por enquanto está inferior ao mês passado (o volume exportado), acreditamos que o grande motivo seja disponibilidade de contêiner e booking de navios. Fenômeno transitório”.

RESULTADO HISTÓRICO

A Cooxupé informou ainda que fechou 2023 com faturamento de 5,03 bilhões de reais, versus 4,2 bilhões em 2023, enquanto o resultado mais que duplicou, para 325,1 milhões de reais.

A cooperativa tem apostado cada vez mais em cafés especiais e na industrialização.

A SMC Specialty Coffees, empresa controlada pela Cooxupé com atuação no mercado de cafés finos e especiais, exportou 95.650 sacas para países como Alemanha, Coreia do Sul, Itália e Japão, disse a empresa em nota.

Os investimentos em aquisições, reformas e ampliações somaram mais de 40 milhões de reais, enquanto a torrefação, que produz para o mercado interno linhas de cafés torrado e moído e grãos para espresso, além de cappuccino, registrou a produção de 11,9 milhões de quilos, com um processamento de 198.777 sacas.

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