Carlos Alberto França tenta descolar imagem de Ernesto Araújo em posse no Itamaraty

Carlos Alberto França, ministro das Relações Exteriores

Herança complicada: França mencionou Araújo apenas uma vez em discurso de posse (Imagem: Divulgação/ Itamaraty)

Em seu primeiro discurso como ministro das Relações Exteriores, o embaixador 💥️Carlos Alberto França deixou claras as diferenças que devem marcar sua gestão daquela de seu antecessor, 💥️Ernesto Araújo, ao defender o engajamento do Brasil em cooperação internacional “sem exclusões” e “sem preferências”.

França, que era chefe do cerimonial da Presidência desde 2018, período em que se tornou próximo ao presidente 💥️Jair Bolsonaro, foi nomeado na semana passada para substituir Araújo depois que a situação do ex-chanceler, ligado à ala ideológica do governo, se tornou insustentável.

A transmissão de cargo, na manhã desta terça-feira (6), no Palácio do Planalto, foi fechada e sem transmissão. No discurso, distribuído depois pelo Itamaraty, França ressaltou as três emergências que o Brasil e o mundo enfrentam no momento: de saúde, com a pandemia, econômica e do desenvolvimento sustentável.

Ao tratar da pandemia, França afirmou que irá intensificar a ação do Itamaraty em busca de vacinas e trabalhar em conjunto com outros ministérios e o Congresso.

Cooperação internacional

“Meu compromisso, enfim, é engajar o Brasil em intenso esforço de cooperação internacional, sem exclusões. E abrir novos caminhos de atuação diplomática, sem preferências desta ou daquela natureza”, afirmou.

Ao contrário de Ernesto, ao falar dos desafios econômicos que o país precisa enfrentar, França defendeu a inserção brasileira nas cadeias globais de comércio.

“Não há modernização sem mais comércio e investimentos, sem maior e melhor integração às cadeias globais de valor – daí o significado da nossa pauta de negociações comerciais”, disse.

Meio ambiente

Sobre a questão climática, o novo chanceler disse que não é, neste momento, a maior urgência, mas a colocou como uma das prioridades. Ainda assim, defendeu a posição brasileira como um país que tem uma produção de energia das mais limpas do mundo e um código florestal rígido.

“Não se trata de negar os desafios, que obviamente persistem. O fato é que o Brasil, em matéria de desenvolvimento sustentável, está na coluna das soluções”, afirmou.

No entanto, foi na defesa aberta do diálogo com todas as nações que França se distanciou de Araújo. O ex-chanceler, que em seus pouco mais de dois anos se notabilizou por excluir parceiros e adotar as brigas com países como a China, maior parceiro comercial brasileiro, foi citado apenas uma vez por França, que o agradeceu pela transição.

Em mais de uma ocasião, o novo chanceler deixou claro que “diálogo é essencial” e lembrou que esse é trabalho básico dos diplomatas e que o país sempre participou ativamente das mesas internacionais de negociações.

Diálogo amplo

“Foi assim que aprendi, no Itamaraty, a entender o ofício do diplomata: um construtor de pontes”, afirmou.

No Itamaraty, o discurso de França foi bem recebido pela posição marcadamente diversa de Araújo e a promessa de um período menos turbulento.

Desde que assumiu, há uma semana, França manteve a discrição que é sua principal característica, de acordo com colegas, e começou a organizar uma equipe experiente e sem ligação com o grupo ideológico que comandava a diplomacia com Araújo.

Em seu primeiro dia depois da nomeação, França chamou para ser seu secretário-geral o embaixador Fernando Simas Magalhães, hoje representante do Brasil na Organização dos Estados Americanos e um dos nomes mais experientes do Itamaraty.

Nomes ligados fortemente a Araújo devem ir para o exterior ou ocupar cargos administrativos na estrutura do ministério, de acordo com uma fonte ouvida pela Reuters.

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