Economia, RenovaBio e ambiente pagarão a conta da “culpa” da soja pela alta do diesel, depois do MME cortar

Soja Grãos Agricultura

Governo alega que soja impacta alta do óleo diesel, em plena oferta de safra do grão (Imagem: Reprodução/Embrapa)

Em plena safra finalizada, com um recorde de mais de 135 milhões de toneladas, o governo culpa a 💥️soja pelo aumento do 💥️diesel e derrubou de 💥️13% para 10% a mistura do biodiesel. A partir do meio de ano, com as exportações esgotando os estoques e a entressafra no pico, como deverá ser?

“Voltaremos ao B5?”, indaga Miguel Ivan Lacerda, ex-diretor de Biocombustível do 💥️Ministério de Minas e Energia (MME).

Não é a primeira vez que o MME criminaliza a soja pela alta do diesel & e ignora as altas do 💥️petróleo e os repasses da 💥️Petrobras (💥️PETR4) -, já que o grão participa com mais de 70% na formulação do biodiesel. O ministério alegou, no informe desta sexta (9), que a medida é provisória, para suportar a demanda internacional que encarece a principal commodity brasileira.

Há alguns dias, em pleno leilão 79 de biodiesel, interrompido pela 💥️Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) sem explicações, o mercado entendeu que haveria mudanças no mandato da mistura.

Para Lacerda, que dirigiu a equipe que desenhou o 💥️RenovaBio, a “incongruência na política” de biocombustíveis, levanta de cara uma dúvida. O MME não declarou quando o Brasil voltaria ao B13, mas como a oferta de soja tende a escassear, para compensar a menor disponibilidade o “governo terá que substituir por mais diesel importado, com efeitos negativos para economia”.

E há a perda de geração de receita com menor industrialização local da soja, “incentivando a exportação in natura e com impacto na geração d e emprego e renda”.

Nesse ponto, o ex-presidente da Aprosoja Brasil, Marcos da Rosa, entende “não ser possível o País, maior produtor mundial, líder já em exportação, acabar jogando mais soja no exterior [com o que sobrará do corte], desincentivando a industrialização e criando problemas para pequenas esmagadoras”.

Para o produtor de Canarana (MT), “tecnicamente foi um erro”, pois não vai resolver o problema.

A cereja do bolo é que a redução na mistura do combustível para utilitários implicará diretamente em menor emissão de 💥️Crédito de Descarbonização (CBios), os títulos que precificam a venda de biocombustíveis pelas indústrias no RenovaBio.

Para o meio ambiente, não resta dúvida os prejuízos, também criticado por Miguel Lacerda, hoje diretor do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), já que o Brasil vai respirar maior quantidade de emissões com mais diesel consumido.

“Um absurdo”, qualifica, em comentário lacônico, o professor da Unicamp e chefe do Laboratório de Genômica e bioEnergia, Gonçalo Pereira, defensor ferrenho da energia renovável.

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