Assaí, Carrefour, Mateus ou Pão de Açúcar: veja que ações de varejo vão bombar
Potência regional: Grupo Mateus mantém posição confortável no Norte e Nordeste, diz BTG (Imagem: Grupo Mateus/Linkedin)
O 💥️BTG Pactual (💥️BPAC11) revisou suas estimativas e recomendações para as quatro empresas de varejo de alimentos listadas na Bolsa: 💥️Assaí (💥️ASAI3), 💥️Carrefour (💥️CRFB3), 💥️Grupo Mateus (💥️GMAT3) e 💥️Pão de Açúcar (💥️PCAR3).
No geral, o banco observa que o setor não deve experimentar, neste ano, a rara combinação de alta tanto dos preços, quanto dos volumes de vendas, vista em 2023, devido ao estímulo ao consumo proporcionado pelo auxílio emergencial.
Isso não quer dizer, porém, que as grandes redes de supermercados sofrerão uma piora acentuada nos próximos meses. “Embora esperemos alguma desaceleração neste ano, o momentum ainda parece forte e pode ajudar as ações de varejo de alimentos a apresentarem um bom desempenho, especialmente no 1S21”, afirmam Luiz Guanais, Gabriel Savi, Victor Rogatis e Ricardo Cavalieri, que assinam o relatório do BTG.
Assaí
É o papel favorito do banco (top pick) no curto prazo. Os analistas listam quatro motivos para o otimismo. O primeiro é o forte histórico de entrega de resultados, com crescimento “consistente” de dois dígitos e melhores margens nos últimos anos.
O segundo é a maior produtividade do Assai por loja. Outra razão é que o Assaí é um atacarejo “puro”, e, por isso, se beneficia da expansão desse formato de loja no Brasil. Por último, a empresa tem ainda bastante espaço para crescer. O BTG calcula um ritmo de 13% ao ano.
“Enquanto isso, vemos o Assaí sendo negociado com um valuation atraente de 18x P/L 2023 e uma relação PEG de 0,5x, com ele também definido para se beneficiar do processo de desalavancagem nos próximos anos”, afirmam os analistas.
Carrefour
O Assaí pode ser o preferido do BTG no curto prazo, mas sua top pick de longo prazo é o Carrefour. O banco subiu o preço-alvo proposto de R$ 24 para R$ 27 por ação, e elevou a recomendação para compra.
A mudança de opinião sobre a companhia tem nome: Grupo Big, cuja aquisição pela rede francesa encontra-se nas etapas finais e não deve enfrentar grandes resistências do Cade.
“A inesperada aquisição do Grupo Big ampliará a presença do Carrefour em regiões onde atualmente tem menor penetração, como Nordeste e Sul (onde o Grupo Big possui 48% e 34% de sua base de lojas, respectivamente, vs. 20% e 11% para o Carrefour), com forte potencial de crescimento”, afirma o banco.
Os analistas acrescentam que “a combinação também reforçará a presença do Carrefour em formatos onde tem menor presença, em particular supermercados (99 lojas Bompreço e Nacional) e ‘soft discount’ (97 lojas Todo Dia).”
Nova potência: após a listagem do Assaí na B3, que marco a cisão com o Pão de Açúcar, ação virou favorita do BTG Pactual (Imagem: Assaí/Divulgação)
Grupo Pão de Açúcar
Após a cisão do Assaí, o banco retoma a cobertura das ações do Pão de Açúcar com diversas expectativas. Além do cenário brasileiro pressionado pela pandemia de coronavírus, o BTG também mostra cautela com o Almacenes Éxito, braço do Pão de Açúcar na América do Sul, e igualmente prejudicado pela Covid-19.
“O processo de vacinação em andamento deve suportar uma recuperação total apenas em 2022”, dizem os analistas. “No geral, acreditamos que a empresa verá alguma aceleração no crescimento operacional, ao mesmo tempo que continua a adaptar seu modelo de negócios aos novos hábitos de consumo.”
Outro ponto de atenção é o destino da CNova, o braço de e-commerce do Casino, que controla o Pão de Açúcar. A empresa brasileira detém 33,98% da CNova, e os franceses, 64,8%. Há dúvidas sobre a disposição do Casino de realizar um IPO ou uma oferta de ações totalmente vendida da empresa de e-commerce.
Isso permitiria que o Pão de Açúcar vendesse sua fatia na empresa de e-commerce, avaliada pelo BTG em R$ 6,5 bilhões. Para se ter uma ideia, o atual valor de mercado da varejista é de R$ 9,9 bilhões, após a cisão do Assaí.
Grupo Mateus
A companhia é apresentada pelo BTG como um exemplo de sucesso regional no varejo de alimentos. O Grupo Mateus é líder no Norte e Nordeste, o que o coloca como quarto maior varejista do país, boa estrutura de distribuição e logística e espaço para crescimento orgânico, por meio da abertura de lojas.
Isso não significa que a empresa esteja livre de problemas. Os analistas citam, entre outros, o fim do benefício fiscal concedido pelo Maranhão ao setor de atacado, e uma “potencial desaceleração da receita neste ano”, devido ao término do auxílio emergencial.
Por fim, o BTG observa que as ações do Grupo Mateus são negociadas por múltiplos mais caros que as do Assaí e do Carrefour.
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