Seca ameaça a produtividade das lavouras de milho safrinha no Paraná e Mato Grosso do Sul

Milho

A estimativa de produção de milho safrinha no Brasil está em 106,07 milhões de toneladas, considerando a produção anual (Imagem: Reuters/Inae Riveras)

Além do atraso do ciclo da 💥️soja, tanto no plantio quanto na colheita, que resultou na semeadura tardia do 💥️milho safrinha em boa parte do 💥️Brasil, a baixa precipitação em importantes regiões produtoras nas últimas semanas também poderá limitar o potencial produtivo das lavouras.

O monitoramento realizado pela Geosys Brasil por meio de sensoriamento remota aponta que a maioria das regiões produtoras registram pouca chuva.

A ferramenta acendeu um alerta para os estados do 💥️Paraná e  💥️Mato Grosso do Sul onde a situação é crítica e a seca está mais intensa.

No Paraná, principalmente no norte e oeste do estado, o vigor da vegetação está no menor patamar em relação aos últimos anos.

Precipitação acumulada em relação à média dos últimos 10 anos (esquerda) e umidade do solo em relação à média dos últimos 10 anos (direita). (Imagem/Geosys)

Felippe Reis, analista de cultura da Geosys Brasil, explica que a situação está relacionada à falta de umidade no solo nos primeiros 25 dias do mês de abril, quando a chuva acumulada foi de apenas 12 milímetros. “A média histórica para o mês é de 90,3mm”, avalia.

O balanço hídrico (P-ETP) é o mais baixo dos últimos 30 anos. Diante desse cenário, a estimativa é que a produtividade fique 21% abaixo da tendência (considerando os últimos 15 anos).

“Caso a seca continue, é possível reduzir ainda mais as estimativas”, afirma o analista.

Índice do vigor vegetativo (NDVI) e balanço hídrico (diferença entre a Precipitação e Evapotranspiração) no Paraná (área em amarelo no mapa), considerando o início no dia 20 de março. (Imagem/ Geosys)

No Mato Grosso do Sul, o cenário é semelhante. Entre 20 de março e 25 de abril, o volume de chuvas foi de apenas 29,9 milímetros, bem abaixo da média (125,74 mm).

No estado, o vigor da vegetação está em patamar abaixo da média e, caso a seca continue, as lavouras podem ser ainda mais impactadas.

“Foram registradas boas chuvas nos últimos dias no Mato Grosso do Sul, porém, a recuperação das lavouras vai depender de regularidade da chuva nas próximas semanas”, explica Fellipe.

Já no 💥️Mato Grosso, apesar da precipitação abaixo da média, choveu praticamente todos os dias nos meses de março e abril (até 25/4), o que permitiu melhor desenvolvimento das lavouras.

Nos primeiros 25 dias de abril, o volume de chuvas foi de 73,7 mm, abaixo da média para o período que é de 101,8 mm.

Os dados do monitoramento identificaram que o índice de vegetação das plantas no Mato Grosso parece ter atingido o menor ponto em relação aos últimos anos, indicando que as lavouras podem não estar em boas condições.

Índice do vigor vegetativo ① e umidade do solo ② em Mato Grosso (área em amarelo no mapa), considerando o início no início de março. (Imagem/Geosys)

Além disso, a umidade do solo evidencia uma similaridade com 2016, ano em que houve quebra de 💥️safra.

Apesar disso, o cenário ainda não é preocupante como naquela época. Por enquanto, espera-se uma produtividade semelhante a 2018, considerando a tendência.

“O relatório de monitoramento indica que é possível haver recuperação das lavouras de milho safrinha no Mato Grosso nas próximas semanas, mas para que isso ocorra será preciso bom volume de chuvas”, explica o analista.

A análise da Geosys Brasil aponta chuva abaixo da média para a maior parte da zona do milho safrinha nos próximos dias.

Segundo o modelo de previsão climática europeu (ECMWF), no Mato Grosso e Paraná, o volume de chuvas para os próximos 10 dias deve ficar entre 0 e 2 milímetros em praticamente todas as regiões.

Atualmente, a estimativa de produção de milho safrinha no Brasil está em 106,07 milhões de toneladas, considerando a produção anual.

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