Itaú: não se anime com o lucro; resultados escondem armadilhas, dizem analistas
O 💥️Itaú (💥️ITUB4) divulgou 💥️seu resultado na noite da última segunda-feira (3) e parece não ter agradado tanto os analistas.
Apesar de reconhecerem os números fortes, como a alta de 63% no lucro líquido ajustado, 11% acima do consenso do mercado compilado pela 💥️Refinitiv, eles apontam alguns pontos de cautela.
As cifras do banco não animaram os mercados também. Os papéis do empresa fecharam em queda de 4,27%, a R$ 26,71.
Para a 💥️XP Investimentos, os resultados foram bons, mas a qualidade fraca.
“O Itaú divulgou diversos itens não sustentáveis, que ajudaram no resultado, enquanto áreas relevantes como rendas de tarifas, margem financeira com clientes e custos apresentaram desempenho abaixo do esperado”, afirmam os analistas Marcel Campos e Matheus Odaguil.
Além disso, eles observam que a alta concorrência e a regulamentação tornará o consumo de cobertura e os números de tesouraria menos relevantes para as perspectivas do setor.
“Uma vez que esperamos que a margem financeira (NII) com os clientes seja um impulsionador relevante para os bancos, acreditamos que a margem financeira do banco não foi tão grande quanto mostrado em números absolutos”, apontam.
O NII com o mercado saltou 224% anualmente para R$ 2,4 bilhões.
A 💥️Ágora Investimentos também apontou a baixa qualidade dos números do maior banco brasileiro. Na visão dos analistas Victor Schabbel e José Cataldo, o valuation não é mais uma pechincha.
“O lucro líquido muito mais forte devido ao menor custo do risco cria base de comparação mais difícil para os próximos trimestres. Os resultados devem apoiar a alta das ações, mas as preocupações com a inadimplência futura podem limitar a alta”, afirmam.
Segundo Luis Sales, da 💥️Guide Investimentos, as cifras do Itaú foram melhores que o esperado pelo mercado, mas por efeitos que podem não ser sustentáveis.
“Esperamos um crescimento mais forte da carteira de crédito nos próximos meses para contrabalancear com a queda na margem de produtos bancários. No entanto, vemos que a competitividade do setor está acirrada, o banco precisa cortar custos de forma mais forte, melhorar os resultados das linhas mais sustentáveis”, diz.
A corretora destaca que a inadimplência acima de 90 dias se manteve em linha em relação ao trimestre passado, em ainda baixos 2,3% (Imagem: Money Times/Gustavo Kahil)
Inadimplência e provisões
Os indicadores que medem os riscos do banco, importantes em um período de pandemia como vivemos, ficaram estáveis, aponta o 💥️BTG Pactual.
A corretora destaca que a inadimplência acima de 90 dias se manteve em linha em relação ao trimestre passado, em ainda baixos 2,3%.
“As inadimplências de 15 a 90 dias aumentaram 20 pontos-base, para 2%, ainda em um nível baixo e abaixo dos números do ano passado. Este indicador aumentou conforme o esperado devido à sazonalidade”, apontam os analistas Eduardo Rosman, Ricardo Cavalier e Luiz Temporini.
O trio ainda destaca que a queda nas provisões foi ajudada por níveis muito mais altos da operação da América Latina. A sua subsidiária na região, a Corpbanca, entregou resultados melhores que o esperado.
“O principal destaque positivo do trimestre foi a qualidade do crédito. Embora continuemos acreditando que as inadimplências devem aumentar nos próximos trimestres, as tendências permanecem muito favoráveis, o que tem sido uma surpresa positiva para todos os bancos”, observam.
Já o 💥️Inter Research afirma que, de modo geral, o Itaú apresentou números fortes e acima das expectativas.
“Contudo, ficamos atentos ao desempenho nas linhas de serviços, que passam por desafios além do Covid-19, da maior competitividade do setor. Saudamos a maior agressividade do banco com a estratégia digital via Iti, que vem sendo transformado de uma simples carteira digital para um banco digital.”, completa.
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