Impasse no licenciamento da Ferrogrão adia o progresso logístico nacional
A paralisação da Ferrogrão acaba por mitigar todo o avanço do modal ferroviário, que, diferente das obras na malha rodoviária, requer desenvolvimento contínuo e de longo prazo, argumenta especialista em transporte de cargas (Imagem: Reuters/Ueslei Marcelino)
Por 💥️Denny Mews, fundador e CEO da 💥️CargOn e professor do MBA em Transporte Rodoviário de Cargas (TRC)
O 💥️Brasil é o país que tem maior concentração 💥️logística com escoamento realizado pela malha 💥️rodoviária, movimentando 75% das nossas mercadorias, seguida da 💥️marítima com 9,2%, aérea com 5,8% e da 💥️ferroviária com apenas 5,4%, além de cabotagem e hidroviária, que juntas não chegam a 4%, segundo dados da pesquisa Custos Logísticos no Brasil, da Fundação Dom Cabral (FDC).
Diante desses fatos, ampliar a malha ferroviária com um projeto como a 💥️Ferrogrão, importante ferrovia para o escoamento de commodities como o 💥️milho, 💥️soja e farelo de soja, 💥️açúcar, 💥️etanol e muitas outras mercadorias da região Norte, significa a otimização do progresso logístico nacional.
Os impasses envolvendo as áreas de 💥️conservação ambiental na rota da ferrovia devem ser incluídos urgentemente na agenda nacional, na busca imediata por soluções a todos os envolvidos.
No entanto, a paralisação acaba por mitigar todo o avanço do modal ferroviário, que, diferente das obras na malha rodoviária, requer desenvolvimento contínuo e de longo prazo para que possa ser estendido a cada troca de liderança governamental.
Sabemos o quanto o modal rodoviário é benéfico para o desenvolvimento econômico do país, tanto para manutenção da 💥️infraestrutura quanto para a movimentação da indústria de veículos pesados e o mercado de 💥️combustível, por exemplo.
“É um retrocesso pensar que o escoamento de mercadorias tão essenciais ainda seja prioritariamente dependente das rodovias”, reforça o CEO da CargOn (Imagem: Divulgação/CargOn)
Além disso, faz a conexão de embarcadores e transportadoras de toda a cadeia de suprimentos à força de trabalho massiva realizada com êxito pelos nossos caminhoneiros.
Vale destacar o potencial de crescimento do modal ferroviário que, segundo dados do Painel CNT do Transporte — Ferroviário da Confederação Nacional do Transporte, movimentou, apenas em setembro de 2023, 48,25 milhões de toneladas úteis (TU), crescimento de 8,9% ante o mesmo período de 2023, que registrou 44,3 milhões de TU.
A relevância do setor também é reforçada pelas concessionárias associadas à Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (💥️ANTF) que, em comparação com fevereiro de 2023, apresentaram crescimento de 1,1% no volume transportado em fevereiro de 2023 — no mesmo período, o transporte de carga geral registrou aumento de 4,2%.
Já na comparação mês a mês, de janeiro para fevereiro deste ano, o crescimento foi de 66%, passando de 4,9 milhões para 8,2 milhões de cargas transportadas pela malha ferroviária brasileira.
Portanto, é um retrocesso pensar que o escoamento de mercadorias tão essenciais ainda seja prioritariamente dependente das rodovias.
Precisamos reconhecer o trabalho realizado pelo modal ferroviário brasileiro e apoiar sua expansão, pois, assim, avançaremos com a logística sobre trilhos, unindo importantes polos produtores do país em prol de um objetivo em comum e favorável a todos: o progresso.
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