O que está por trás da suspensão das plantas de aves brasileiras pela Arábia Saudita?
Avícolas brasileiras com plantas suspensas pelos sauditas são pressionadas a investirem no país (Imagem: REUTERS/Rodolfo Buhrer)
A decisão da 💥️Arábia Saudita de desabilitar 11 plantas frigoríficas brasileiras exportadoras de aves é vista como pressão para atrair investimentos estrangeiros, tanto quanto a medida só atingiu os grandes grupos, segundo importante fonte do setor.
Nada tem de relacionado a questões sanitárias ou de conformidades, ainda que isso possa ser utilizado oficialmente como argumento, explica ele acrescentando que a Ucrânia também teve frigoríficos suspensos.
As unidades pertencem à Seara, da 💥️JBS (💥️JBSS3) e ao Grupo Vibra, que confirmaram a suspensão.
Há uma dúvida levantada pela fonte do setor quanto a duas unidades da 💥️BRF (💥️BRFS), de Francisco Beltrão e Dois Vizinhos, que em lista saudita, atualizada nesta manhã de sexta (7), figuram como “suspensas temporariamente”. Mas em nota ao 💥️Money Times, a companhia diz que ambas já estavam nessa categoria desde 2023.
O interlocutor, que pede reserva do seu nome, lembra, ainda, que a Agroaraça Alimentos, do Rio Grande do Sul, e que também teve suspensão anunciada, estaria abatendo para o grupo dono das marcas Sadia e Perdigão. Indagada sobre isso, a BRF não se pronunciou.
A visão do mercado, ainda de acordo com o empresário ouvido, é que apenas os três grupos têm capacidade de investir no Oriente Médio.
BRF e Seara/JBS são players globais dominantes, enquanto o grupo Vibra, gaúcho, tem na sua composição acionária a gigante americana 💥️Tyson Foods, desde o começo de 2023.
“Ao visar esses grupos, os sauditas querem forçar investimentos deles [os exportadores] em seu território, para diminuir a dependência de importações, uma política que o país está ensaiando há tempos e todos no Brasil já deveriam saber”, diz.
A JBS tem forte presença internacional com frigoríficos em todas as proteínas animal. A BRF já tem fábrica nos Emirados Árabes e, em 2023, anunciou compra de processadora na Arábia Saudita, “mas os árabes querem ampliação da capacidade”.
E o grupo Vibra, com unidades em Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná, está aumentando sua participação nas exportações, depois que a Tyson entrou com 40% no seu controle.
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