Cientistas criam técnica com infravermelho para identificar fungos em milho

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Micotoxinas são metabólitos tóxicos produzidos por algumas espécies de fungos presentes nos grãos. A toxidade das micotoxinas a animais e humanos tem como consequência a incidência de doenças diversas (Imagem: Embrapa/Renata Silva)

Uma pesquisa desenvolvida pela 💥️Embrapa em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) conseguiu identificar fungos do gênero Fusarium que acometem grãos de 💥️milho por meio de um método inovador.

Os cientistas combinaram imagens hiperespectrais de infravermelho próximo, técnica conhecida pela siga em inglês NIR, com métodos de reconhecimento de padrões e tiveram sucesso na identificação das espécies ✅F. verticillioides e ✅F. graminearum, os fungos que mais acometem os grãos de milho e responsáveis pela produção das principais micotoxinas nesse cereal.

O primeiro é o principal produtor da micotoxina fumonisina e o ✅F. graminearum está associado à zearalenona.

Micotoxinas são metabólitos tóxicos produzidos por algumas espécies de fungos presentes nos 💥️grãos. A toxidade das micotoxinas a animais e humanos tem como consequência a incidência de doenças diversas.

Ao mesmo tempo, atualmente, a detecção dos fungos que as produzem envolvem processos caros e complexos dificultando sua aplicação.

Por causa disso, há uma demanda de especialistas e de grandes indústrias por um método de identificação preciso e rápido para evitar essa contaminação por espécies de Fusarium.

“Buscamos obter um método não destrutivo, livre de produtos químicos e de execução mais rápida, o método de imagem hiperespectral de infravermelho próximo (✅Near infrared hyperspectral imaging – HSI NIR), associado à análise de imagem multivariada.

O método foi desenvolvido para permitir uma leitura rápida da amostra, além de uma precisão maior na distinção dos patógenos”, conta a pesquisadora Maria Lúcia Ferreira Simeone, da 💥️Embrapa Milho e Sorgo (MG).

💥️Um problema da cadeia do milho

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No ranking mundial de produção de milho, o Brasil ocupa o terceiro lugar, com 109 milhões de toneladas, precedido apenas pelos Estados Unidos e China (Imagem: Embrapa/Dagma Silva)

O milho é um dos 💥️alimentos mais presentes na dieta humana e animal e possui grande importância econômica e social.

A elevada importância socioeconômica do milho pode ser evidenciada pela expansão da área de cultivo e seu uso extensivo em diversos produtos para rações e alimentos, produção de 💥️biocombustíveis e matéria-prima para diferentes indústrias.

De acordo com a estimativa do décimo levantamento da 💥️safra 2023/2021, no ranking mundial de produção de milho, o 💥️Brasil ocupa o terceiro lugar, com 109 milhões de toneladas, precedido apenas pelos 💥️Estados Unidos e 💥️China, com produção de 360,3 e 260,7 milhões de toneladas, respectivamente.

O Brasil é o quarto maior consumidor do cereal com 70 milhões de toneladas anuais.

Anualmente, 25% da produção mundial de grãos é acometida por micotoxinas, segundo estimativa da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) , conforme publicação dos autores Mari Eskola e equipe, na pesquisa ✅💥️Worldwide contamination of food-crops with mycotoxins: validity of the widely cited ‘FAO estimate’ of 25%, revista Food Science and Nutrition, em 2023 (Contaminação mundial de culturas alimentares com micotoxinas: validade da amplamente citada ‘estimativa da FAO’ de 25%).

Pesquisa realizada por Nicole J. Mitchell e sua equipe, em 2016, avaliou que a contaminação por aflatoxina pode causar prejuízos à indústria de milho que variam de US$ 52,1 milhões a US$ 1,68 bilhão anualmente nos Estados Unidos. A estimativa foi publicada no trabalho 💥️✅Potential economic losses to the US corn industry from aflatoxin contamination (Potenciais perdas econômicas para a indústria de milho dos EUA devido à contaminação por aflatoxina).

A pesquisadora da Embrapa Dagma Dionísia da Silva, coordenadora do projeto “Tecnologias para identificação, quantificação e mitigação de fungos toxigênicos e micotoxinas em grãos de milho” ressalta que “o milho é uma cultura altamente suscetível à infecção por fungos patogênicos”.

“Essa infecção pode ocorrer tanto antes, quanto depois da colheita, comprometendo direta e indiretamente a qualidade dos grãos de milho e seus derivados, reduzindo sua qualidade sanitária e física, interferindo na sua classificação comercial e tornando os grãos impróprios para o consumo”, relata Silva.

“A contaminação de milho e de seus produtos com agentes microbiológicos patogênicos pode causar graves consequências aos consumidores, sendo motivo de grande preocupação em nível mundial. Por isso, nos últimos anos, a busca por alternativas para garantir a segurança dos alimentos tem sido o foco de ações internacionais”, complementa a pesquisadora da Embrapa Valéria Queiroz.

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