Lideranças indígenas repudiam possível visita de Bolsonaro a terra ianomâmi
O presidente tem dado respaldo a iniciativas favoráveis à possibilidade de exploração de garimpo em terras indígenas (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)
Lideranças da terra indígena ianomâmi divulgaram um manifesto em que repudiam a possível ida do presidente 💥️Jair Bolsonaro à localidade para visitar garimpos e pelotões de fronteira do 💥️Exército na 💥️Amazônia, situados na localidade.
Em uma live no mês passado, o presidente manifestou interesse em ir à localidade. Por ora, o 💥️Palácio do Planalto só confirma a viagem de Bolsonaro à Amazônia na quinta-feira, sem informar, no entanto, se ele visitará as terras indígenas.
“As lideranças e associações da Terra Indígena Yanomami vêm a público informar que não queremos que Jair Bolsonaro venha conversar dentro do território, nem visitar garimpos. Queremos lembrar ao presidente que esses garimpos são ilegais e vão contra os nossos direitos reconhecidos nos artigos 231 e 232 da Constituição Federal de 1988, e que os invasores deveriam ser retirados de todas as terras indígenas do 💥️Brasil“, disse uma carta de lideranças indígenas.
“Nós, lideranças tradicionais, não estamos interessados em discutir sobre garimpo ilegal na TIY, não queremos negociação de legalização de garimpo, somos contra a exploração de mineração nas terras indígenas, conforme propõe o PL nº 191/2020. Por isso nós não queremos a visita do presidente nas nossas comunidades. Já nos posicionamos sobre isso diversas vezes e não estamos sendo escutados”, reforçou o comunicado.
O presidente tem dado respaldo a iniciativas favoráveis à possibilidade de exploração de garimpo em terras indígenas e sido crítico a quem não permite que índios usem suas terras como desejarem.
Na carta, os povos ianomâmi e ie’kwana dizem estar “muito revoltados” e muito bravos” porque a terra já está homologada pelo governo, mas ainda assim, “nossos direitos básicos para o bem viver e o dever do Estado brasileiro de proteção e fiscalização contra atividades ilegais não estão sendo respeitados pelo próprio governo, que quer, na verdade, legalizar o garimpo na nossa mãe terra contra nossa vontade”.
“Jair Bolsonaro não pode conversar com apenas uma liderança ianomâmi e ie’kwana como se isso representasse o interesse de todo o povo”, disse.
“Na nossa terra, temos várias lideranças tradicionais e nossas próprias associações, que representam os nossos povos na política dos não-indígenas”, emendou.
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