Dólar recua 0,77% e fecha a R$ 5,21 com maior apetite ao risco
A cotação encerrou no menor patamar desde 14 de janeiro (Imagem: REUTERS/Beawiharta)
O 💥️dólar (💥️USDBRL) emendou a terceira queda nesta sexta-feira e fechou no menor patamar desde janeiro frente ao real, com os 💥️mercados ainda embalados por um maior otimismo visto recentemente com a economia brasileira, enquanto a fraqueza da moeda norte-americana no exterior e novo dia positivo nas praças acionárias deram respaldo às compras de ativos domésticos.
O clima positivo com o 💥️Brasil ficou explícito pelo comportamento dos mercados locais na semana.
O dólar caiu 2,63%, mais do que anulando a alta de 2,44% das duas semanas anteriores. O 💥️Ibovespa (💥️IBOV) fechou em máxima recorde nesta sexta, em alta de 2,4% na semana. E o spread entre as taxas de juros futuros dos vértices janeiro 2027 e janeiro 2023 caiu quase 17 pontos-base na semana, maior recuo desde meados de março.
“Existe um combo de fatores que indica que as coisas parecem estar caminhando para uma situação melhor”, disse Carlos Eduardo Tavares De Andrade Junior, diretor executivo de câmbio do banco BS2.
“A vacinação está ocorrendo, o mundo está começando a abrir, a economia está começando a rodar. Tudo ao mesmo tempo está ajudando o dólar a cair.”
Na véspera, a Fitch manteve a nota de crédito soberano do Brasil, afastando temores correntes de corte, enquanto dados fiscais vieram robustos. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse também na quinta-feira que números e expectativas fiscais melhores explicam parte do comportamento mais benigno do real.
Soma-se a isso a esperança em torno das reformas. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, afirmou que o avanço da agenda de reformas no Congresso é a resposta que se pode dar hoje para o futuro.
Andrade Junior avaliou ainda que, além desse fatores, o câmbio tem estado amparado pelo início da alta de juros pelo Banco Central em março, que foi “crucial” para quebrar o racional do comprador de dólar de que não tinha nada a perder com a tomada da moeda.
Andrade Junior avaliou ainda que, além desse fatores, o câmbio tem estado amparado pelo início da alta de juros pelo Banco Central em março (Imagem: QuinceCreative / Pixabay)
A percepção é de que os “comprados” em dólar estão desfazendo parte de suas posições, disse o executivo, lembrando ainda maior disposição de exportadores para internalizar recursos.
Dados compilados pela Capital Corretora mostram que as posições compradas de investidores estrangeiros em dólar futuro caíram ao longo deste mês, indo às mínimas entre o fim de abril e começo de maio.
O câmbio doméstico deve continuar tendo alguma ajuda do exterior também, onde o dólar deverá seguir fraco pelo entendimento de que dados de inflação nos EUA não serão suficientes para levar o banco central norte-americano a uma iminente redução de estímulos.
Nesta sexta, o índice do dólar rondava a estabilidade, perdendo força depois de subir mais cedo. O índice de moedas emergentes, com forte peso de divisas asiáticas, bateu máxima recorde nesta semana.
“Optamos por permanecer positivos. Mantemos a postura construtiva que adotamos em abril e esperamos um novo rali das moedas emergentes no verão (no Hemisfério Norte) por melhora do crescimento e posicionamento favorável a essas divisas ainda não esticado”, disse em relatório David Hauner, chefe de estratégia de multiativos do Bank of America para Emea.
Nesta sexta, o dólar à vista caiu 0,77%, a 5,2148 reais na venda, depois de oscilar entre 5,2644 reais (+0,17%) e 5,2094 reais (-0,88%).
A cotação encerrou no menor patamar desde 14 de janeiro (5,212 reais).
Na semana, o dólar caiu 2,63%, aprofundando as perdas em maio para 3,99%. Mantida essa queda, a divisa teria a maior depreciação para o mês desde maio de 2009, quando o dólar tombou 10,26% com a melhora do sentimento global enquanto o mundo emergia das profundezas da crise financeira deflagrada nos meses finais do ano anterior.
Com a desvalorização deste mês de maio, o dólar reduziu a 0,45% a alta acumulada em 2023.
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