Real lidera ganhos no mundo após PIB brasileiro mais forte reavivar atração pela moeda
Desde os picos de março de quase 5,90 reais, o dólar já caiu 12,2% com base em contratos futuros da B3 (Imagem: Pixabay)
O 💥️dólar fechou nesta terça-feira no menor patamar desde dezembro passado, abaixo de 5,15 reais, na maior queda em cerca de um mês, o que fez evaporar os ganhos da moeda norte-americana em 2023.
O real foi o grande destaque positivo nos mercados globais de câmbio nesta sessão, impulsionado por dados mais fortes da 💥️economia brasileira no primeiro trimestre, que alimentam melhores perspectivas em vários lados da atividade, do fluxo 💥️cambial aos números fiscais.
O 💥️Produto Interno Bruto (PIB) do 💥️Brasil cresceu 1,2% entre janeiro e março, terceiro trimestre seguido de ganhos e acima do esperado pelo mercado.
“É um dia importante para o real brasileiro, com o dólar caindo abaixo da linha crítica de 5,20 reais pela primeira vez em 2023!”, comentou Robin Brooks, economista-chefe do Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês), no 💥️Twitter.
Brooks vê o real ainda em patamar “extremamente desvalorizado”, uma vez que, segundo ele, a moeda se recuperou com a forte alta dos preços das commodities. O valor “justo” de taxa de câmbio em seu cálculo é de 4,50 reais por dólar.
Desde os picos de março de quase 5,90 reais, o dólar já caiu 12,2% com base em contratos futuros da B3.
O câmbio vem beneficiado por um processo de desmonte de posições bastante negativas na moeda brasileira, e analistas avaliam que esse movimento tende a se intensificar conforme a safra de boas notícias no Brasil se estende.
Há tempos que analistas de mercado argumentam que o destino do real está mais atrelado à evolução das perspectivas de crescimento da economia brasileira por teoricamente aumentar o fluxo de investimentos e circulação de dólares no país, além de uma normalização da taxa de juros.
O ajuste na política monetária já começou e deve se estender, segundo projeções mais recentes do mercado.
E agora a economia parece dar sinais mais firmes de ganho de tração, com expectativa de ainda mais fôlego no segundo semestre conforme a vacinação mais ampla deverá permitir uma reabertura mais rápida e ampla da atividade.
O 💥️Bank of America cortou para 5,20 reais (de 5,40 reais) sua estimativa do dólar ao fim deste ano, citando a perspectiva de crescimento mais positiva da economia pelo banco para este ano (melhorada nesta terça), um ambiente de preços elevados de commodities e a esperada trajetória de alta da Selic (também aumentada nesta sessão).
O 💥️BNP Paribas se diz “otimista” com o real e vê um dólar ainda mais baixo (de 5 reais) até o fim do ano, atribuindo o prognóstico à perspectiva de que a economia brasileira vai acelerar, além de uma normalização dos juros que devolva a taxa de retorno do real (“carry”) a níveis “competitivos”.
A força da balança comercial também deve continuar a impulsionar o câmbio, segundo o banco francês.
Dados mostraram mais cedo que o superávit comercial do Brasil em maio foi de 9,291 bilhões de dólares, acima do esperado por economistas e um recorde para o mês.
O efeito da retomada da economia pode ser ainda mais visível no câmbio, caso o 💥️Banco Central siga com altas de juros, o que ampliaria o diferencial de taxas a favor do real e consolidaria o retorno da moeda à lista de opções de investimento para “carry trade”.
Ivo Chermont, economista-chefe da Quantitas, passou a ver nesta terça Selic de 7,5% ao final do ciclo de normalização monetária, ainda no começo de 2022.
A taxa é 100 pontos-base acima do nível tido como “neutro” & que não ajuda nem atrapalha o crescimento e que mantém a inflação na meta.
No fim da sessão no mercado à vista, o dólar caiu 1,52%, a 5,1461 reais na venda.
É o menor patamar desde 21 de dezembro (5,1232 reais) e a maior queda percentual diária desde o último dia 6 de maio (-1,61%).
Em 2023, o dólar agora acumula queda de 0,87%. Em 9 de março, a alta chegou a ser de 11,58%. É a primeira vez desde o começo do ano que a moeda dos EUA tem recuo nessa base de comparação.
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