Brasil pode ter ‘travessia segura’ em crise hidrelétrica, diz ONS

Lâmpada Energia Elétrica

As projeções do Operador Nacional do Sistema Elétrico  indicam que, sem ações adicionais como mudanças na vazão das hidrelétricas, a situação estará ainda mais crítica (Imagem: Unsplash/Yash Patel)

Medidas como mudanças nas vazões dos reservatórios de hidrelétricas e o uso de energia termelétrica deverão permitir que o 💥️Brasil passe pela crise hidrelétrica de forma “segura”, afastando riscos de abastecimento de eletricidade, disse nesta terça-feira o diretor-geral do 💥️Operador Nacional do Sistema Elétrico (💥️ONS), Luiz Carlos Ciocchi.

Segundo ele, a “💥️situação é preocupante sim“, mas ela foi identificada “tempestivamente” e várias medidas vêm sendo tomadas.

“Com essas ações, garantimos que chegaremos ao final do ano com 💥️energia elétrica e potência necessárias para o 💥️consumo da sociedade brasileira”, afirmou Ciocchi, durante audiência pública na Câmara dos Deputados.

O evento, que reuniu integrantes de diversas instituições, como a 💥️Agência Nacional de Energia Elétrica (💥️Aneel), foi realizado em momento em que o governo prepara uma Medida Provisória que poderá permitir inclusive a adoção de ações mais drásticas de controle de uso de energia, como um racionamento compulsório.

O texto da MP prevê ainda que um novo comitê, a Câmara de Regras Operacionais Excepcionais para Usinas Hidrelétricas (Care), terá o poder de determinar a alteração da vazão das hidrelétricas & principal fonte de geração do país& , assim como limites de uso e armazenamento.

As projeções do ONS indicam que, sem tais ações adicionais como mudanças na vazão das hidrelétricas, a situação estará ainda mais crítica, com os reservatórios do Sudeste e Centro-Oeste (o principal sistema em armazenamento do sistema no país), chegando ao final do ano com apenas 7,5% de energia armazenada.

“Situação crítica e abaixo de todos os níveis mensais em histórico de 20 anos”, disse

Com as ações implementadas, o sistema chega a 10,3% de energia armazenada, disse ele, “o que ainda é um nível preocupante, mas mostrando que não teremos nenhum problema de energia ou potência ao final de novembro de 2023”, quando tem início a estação chuvosa.

Para o diretor, a primeira e mais importante medida tem relação com as vazões dos reservatórios de Jupiá e Porto Primavera e a flexibilização da operação de reservatórios da bacia do 💥️Paraná, principalmente 💥️Furnas.

“Essa ação busca segurar essas águas, não usar as águas para geração de energia elétrica, para garantir a governabilidade em todas as cascatas, interligadas. Precisamos garantir que todas as usinas tenham nível mínimo de água para que sejam operadas e manobradas”, disse.

Segundo ele, as medidas permitem maior geração das usinas termelétricas, que poderão ser despachadas com a redução na geração das hidrelétricas neste momento.

Outra medida prevista é a redução do calado ou até a paralisação da hidrovia Tietê-Paraná a partir de 1 de julho.

“Estamos discutindo em nível federal”, afirmou, dizendo que vários departamentos do governo estão sendo mobilizados, incluindo no Estado de São Paulo.

Ele citou ainda a flexibilização da operação dos reservatórios do rio São Francisco. No que diz respeito a este sistema, a Agência Nacional de Águas (ANA) publicou nesta terça-feira resolução que autoriza a operação excepcional nos meses de junho, julho, setembro, outubro e novembro de 2023.

“Isso porque hoje os reservatórios do Nordeste estão com mais água que no Sudeste e o Centro-Oeste. Mais à frente, quando precisarmos dessas águas, dessa energia, possamos contar.”

Ele esclareceu que, até o momento, as medidas não vão trazer restrições para o consumo humano de água, mas sim no uso de hidrovias e para a geração hidrelétrica e o turismo.

“Com essas medidas implementadas conseguiremos uma travessia segura deste nosso ano de 2023/21 tão castigado do ponto de vista hídrico”, afirmou o diretor, citando a pior estação chuvosa para as hidrelétricas em 91 anos.

“Se não adotar essas medidas, chegaremos no próximo ano em condição muito frágil, as ações são fundamentais”, afirmou.

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