Pessoas físicas abandonam fórmulas de aposentadoria e procuram a renda variável

Aposentadoria

Pessoas físicas estão abandonando a fórmula de alocação que ancorou os planos de aposentadoria no mundo desenvolvido por mais de meio século (Imagem: Unsplash/ James Hose Jr)

Peter e Lynette Griffith tinham dois terços de suas economias para a aposentadoria aplicados em ações durante a crise financeira de 2008. Quando o casal cessou as contribuições para o 💥️fundo de pensão, no ano passado, a parcela em renda variável atingia 100%.

“Há a divisão 60/40, mas nós particularmente tínhamos a regra 70/30 — 70% em ações, 30% em 💥️renda fixa — para obter um retorno decente”, lembra Peter, que trabalhava no setor bancário antes da aposentadoria, em Brisbane, na 💥️Austrália. “Isso ficou no passado. Simplesmente não dá para se viver do rendimento obtido com depósitos a prazo ou títulos de dívida.”

Os Griffiths não estão sozinhos. Pessoas físicas estão abandonando a fórmula de alocação que ancorou os planos de aposentadoria no mundo desenvolvido por mais de meio século, adotando a postura já empregada por firmas como a 💥️JPMorgan Asset Management. O catalisador foi a pandemia, que levou as taxas de juros para o fundo do poço e diminuiu os rendimentos dos investidores com títulos. Paralelamente, o avanço das criptomoedas e ações badaladas atraem recursos de investidores que temem não aproveitar movimentos de valorização.

Nos 💥️EUA e Austrália, existe a tradição de as pessoas montarem seus próprios fundos de aposentadoria. A pandemia mudou a visão desses indivíduos, quebrando o princípio subjacente à fórmula de alocação 60/40 — a noção de que as aplicações em títulos suavizam momentos de perda nas bolsas.

💥️Histórico: Divisão 60/40 entregou perdas anuais duas vezes nos últimos 12 anos

(Imagem: Bloomberg)

Desde o estouro da bolha das ações ponto-com no início dos anos 2000, a correlação entre ações e títulos tem sido predominantemente negativa. Mas no auge do nervosismo com a pandemia em março do ano passado, os dois mercados sofreram desvalorização ao mesmo tempo. Porém, nos últimos três meses, sua correlação positiva é a mais forte já vista neste século.

É um desgosto para quem montou o fundo mútuo “balanceado” que era o mantra da indústria de investimentos. Embora a estratégia 60/40 esteja gerando ganhos de 7% este ano nos EUA, consultores financeiros relatam que muitos poupadores estão abandonando essa fórmula quando se trata da aposentadoria, especialmente a alocação de 40% dos recursos em renda fixa.

“Hoje em dia uma pessoa pode esperar viver 30 anos com a aposentadoria e as ações tiveram desempenho superior ao dos títulos durante 98% desse mesmo período”, disse Sam Huszczo, fundador da SGH Wealth Management em Lathrup Village, no estado americano de Michigan. “É difícil olhar o mercado acionário subindo 40% enquanto sua carteira de ativos apenas engatinha.”

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