CRE aprova indicados para OEA e para embaixadas do Brasil na Rússia e na Nova Zelândia

Senado

A informação trouxe indignação ao senador Cid Gomes (PDT-CE) (Imagem: Agência Senado)

A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) aprovou nesta terça-feira (6) a indicação do diplomata Otavio Brandelli para a chefia da representação brasileira na Organização dos Estados Americanos (💥️OEA), com sede  em Washington DC, capital dos EUA. Também foram aprovadas as indicações para chefiar as embaixadas no 💥️Brasil na Rússia, Rodrigo Baena Soares, e na Nova Zelândia, Marcos Arbizu de Souza Campos.

Durante a sabatina, Brandelli, indicado para a OEA, afirmou que o Brasil precisa regularizar suas obrigações financeiras com o órgão, que tem sofrido atrasos constantes. Também entende que o Brasil tem perdido oportunidades de fortalecer laços com dezenas de países da região, ao negligenciar recursos para a cooperação bilateral.

— Na Agência Brasileira de Cooperação [ABC], tínhamos, em 2016, US$ 12 milhões para estas ações. Em 2023, temos US$ 6 milhões. Aí sinto muito, cooperação sem dinheiro, a gente pode ser muito criativo, mas não prospera. Algo a mais deveríamos realizar nesta sinergia, com vistas a ter mais disponibilidade de recursos. Temos que ver a questão dos pagamentos com a OEA também. O Brasil tem suas dívidas com vários organismos lá. Há três organismos principais a pagar: a própria OEA, o IICA [Instituto Interamericano de Cooperação na Agricultura] e temos que pagar a Opas [Organização Pan-Americana de Saúde]. Ainda não temos problemas, mas dentro de dois anos poderemos ter, inclusive com a perda do poder de deliberação — afirmou.

A informação trouxe indignação ao senador Cid Gomes (PDT-CE). Para ele, o Parlamento precisa se mobilizar visando regularizar totalmente a participação brasileira na OEA.

— É inadmissível que um país como o Brasil fique no cenário internacional como caloteiro. E a gente vê que são contribuições irrisórias, dado nosso Orçamento. A Comissão Mista de Orçamento [CMO] precisa levar em conta estas obrigações internacionais. A Opas por exemplo, tem nos ajudado muito na questão das vacinas — apelou Cid Gomes.

O relator da indicação de Brandelli foi o senador Fernando Collor (Pros-AL), cujo relatório foi lido pelo senador Antonio Anastasia (PSD-MG). Foi ressaltada a larga experiência do diplomata em negociações comerciais envolvendo nações do continente americano. Entre 2015 e 2023 por exemplo, Brandelli foi diretor do Departamento do Mercosul no Itamaraty, quando acumulou o cargo com diversas outras missões diretivas junto ao bloco sul-americano.

Embaixada do Brasil na Rússia

A CRE também aprovou a indicação do diplomata Rodrigo Baena Soares para a chefia da embaixada brasileira em Moscou, na Russia. Durante a sabatina, Baena Soares ressaltou a parceria estratégica estabelecida entre Brasil e Russia desde 2010. O país apoia a integração brasileira ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, uma reivindicação histórica do Itamaraty.

Baena Soares disse que as exportações brasileiras para a Rússia, especialmente de carnes, têm caído nos últimos anos. Parte desta situação, disse o diplomata, vem das sanções que a nação tem sofrido de países ocidentais ricos desde 2014, quando retomou o território a Crimeia. Em resposta a essas sanções, o presidente da Rússia, Vladimir Putin tem buscado estratégias calcadas na substituição de importações. Mas as limitações climáticas da Rússia tornam o país ainda muito dependente da importação de frutas. E esta é uma lacuna que o Brasil pode suprir, avaliou Baena Soares.

A presidente da CRE, Kátia Abreu (PP-TO), pediu que o Itamaraty leve a delegação russa na reunião diplomática bilateral de cúpula prevista para 2023, em data a ser definida, para visitas a regiões brasileiras que são grandes produtoras de frutas. O relator da indicação de Baena Soares, Cid Gomes, pediu que o governo brasileiro passe a dar mais valor ao Brics, bloco de países emergentes do qual o Brasil e a Rússia fazem parte.

— É uma alternativa hoje pouco aproveitada. É 

Nova Zelândia

A CRE também aprovou a indicação do diplomata Marcos Arbizu de Souza Campos para a chefia da embaixada brasileira em Wellington, capital da Nova Zelândia. O relator foi o senador Nelsinho Trad (PSD-MS), o qual lembrou que cerca de 4 mil estudantes brasileiros vivem na Nova Zelandia. Campos também ressaltou os investimentos neozelandeses no Brasil, que já alcançam US$ 1 biilhão. E após fala de Kátia Abreu sobre o potencial econômico deste país, destacou a qualidade de vida da nação da Oceania, com base em diversos índices internacionais.

— A Nova Zelândia é o primeiro país do mundo em termos de facilidade para fazer negócios. É o primeiro país do mundo em termos de baixa percepção de corrupção. É o segundo país do mundo em termos de prosperidade. É também o segundo país do mundo em termos de paz. É o terceiro país do mundo em termos de liberdade econômica. É o quarto país do mundo mais generoso. É o 14º país em termos de Índice de Desenvolvimento Humano [IDH]. É o 21º país do mundo em inovação. Em 2023, era o 21º país em renda per capita — disse Campos.

As indicações de Baena Soares e Arbizu seguem agora ao Plenário do Senado.

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