Pela primeira vez, brasileiros levam NFTs para tradicional feira de arte em Nova York

Dentre as obras que terão seus NFTs à venda estão trabalhos dos artistas Keith Haring, Philippe de Kraan, Laura Pretto Vargas, Gisseline Amiuny, Rene Nascimento e Katerina Christina (Imagem: René Nascimento/Divulgação)

A Hamptons Fine Art Fair, tradicional feira de arte realizada na cidade americana de Southampton, irá comercializar, pela primeira vez, tokens não fungíveis (NFTs, na sigla em inglês) de obras de artistas renomados, como Keith Haring e Philippe de Kraan.

Iniciada ontem (2), a feira acontecerá até o próximo domingo (5). 

NFT é uma espécie de certificado digital de posse e autenticidade de um bem material ou digital, criado por meio da tecnologia blockchain, e está revolucionando o mercado da arte.

A inovação foi possível graças à parceria entre a empresa brasileira de curadoria de criptomoedas Dux Cripto, a empresa de educação financeira cripto Financial Move, a galeria de arte Saphira & Ventura e o estúdio criativo Menta Land.

Juntas, as empresas desenvolveram a estratégia criativa, a criação dos NFTs e a operação de venda. 

Para Luiz Octávio Gonçalves Neto, fundador e CEO da Dux Cripto:

Minha perspectiva é de que os NFTs são uma evolução da forma de expressão artística e representam uma tendência que já está mudando a lógica do mercado de arte em escala global. É um orgulho muito grande para a Dux levar inovação para a Hamptons Fine Art Fair.

Queremos seguir expandindo nossa atuação pelo mundo, ajudando cada vez mais artistas, galerias e investidores a entrar no universo das NFTs.

Tasso Lago, fundador e CEO da Financial Move, afirmou: 

Estamos exportando conhecimento, mostrando que o Brasil é referência de inovação em cripto. Isso é disruptivo e me dá muito orgulho. Esse projeto também gera valor para a galeria e para os artistas que terão suas obras expostas.

Eu nunca tinha trabalhado diretamente com arte e me apaixonei pelas obras que estão sendo levadas à Hamptons.

Dentre as obras que terão seus NFTs à venda estão trabalhos dos artistas Keith Haring (Estados Unidos), Philippe de Kraan (Países Baixos), Laura Pretto Vargas (Brasil), Gisseline Amiuny (Venezuela), Rene Nascimento (Brasil) e Katerina Christina (Estados Unidos). 

De acordo com Louis Ventura, proprietário da galeria Saphira & Ventura:

Todas as grandes organizações estão entrando na era digital, por isso nossa galeria tem a obrigação histórica de entrar também. É um novo mundo para a arte e um novo mercado que não exclui os clientes tradicionais, mas acrescenta colecionadores aos nossos negócios.

Escolhemos parcerias altamente qualificadas para a criação dos nossos primeiros NFTs e iniciamos uma nova etapa da galeria, que terá uma divisão exclusiva para essa tecnologia.

Serão apresentadas peças avaliadas em aproximadamente US$ 2 milhões, entre pinturas, gravuras, esculturas e fotografias. Cada obra terá um NFT próprio, que poderá ser adquirido juntamente com as obras originais.

Também estarão em exibição versões em animação das obras, feitas pelo designer de animação brasileiro Rodrigo Rodrigues Vitor Schmier.

Para os visitantes virtuais da feira de arte, as obras da galeria Saphira & Ventura podem ser adquiridas pela plataforma OpenSea ou pela plataforma Artsy, que criou uma sala exclusiva para o evento.

Para aqueles que desejam visitar as galerias do Southampton Arts Center sem sair de casa, foi criado um metaverso da feira – uma versão virtual dos espaços físicos do evento, que poderá ser acessada por meio da plataforma Live Party.

Arte doada para 1ª Bienal da Amazônia

Uma obra do artista Alexandre Mavignier  foi doada para angariar fundos para a 1ª Bienal da Amazônia, a ser realizada em 2022.

Intitulada “Amazon Tears” (“Lágrimas da Amazônia”, em tradução livre) e avaliada em US$ 2 milhões, a obra, atualmente à venda na galeria Saphira & Ventura, também será acompanhada por um NFT.

Exposta na Bienal de Arquitetura de Veneza 2023, “Amazon Tears” foi produzida com 994 carvões provenientes do incêndio na floresta amazônica brasileira.

A instalação visa denunciar as queimadas, simulando nuvens carregadas de chuva, responsáveis pelo ciclo das águas da região, mas que, por sua vez, devido às queimadas, trazem uma chuva tóxica.

A primeira edição da Bienal da Amazônia foi concebida como uma reunião de galerias de arte nacionais e internacionais e um fórum de intercâmbio técnico e científico, sendo um palco para debates sobre o meio ambiente como a base da sobrevivência.

Participarão do evento artistas brasileiros e estrangeiros, cientistas e representantes dos povos indígenas e de instituições que apoiam o desenvolvimento sustentável da região.

A Bienal tem o objetivo de se tornar o epicentro da criatividade da Amazônia, com propostas para a preservação do patrimônio cultural e natural, difundindo a cultura local e trocando experiências com o compromisso maior de estabelecer parcerias para desenvolver projetos que beneficiem a comunidade e o bioma local.



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