“Guedes ficará marcado como um dos caras que mataram o teto de gastos”, afirma Raul Velloso
O ministro Paulo Guedes perde o discurso e fica mais fraco para tocar a agenda econômica, aponta especialistas (Imagem: Flickr/ Edu Andrrade/Ascom/ME)
💥️O Dia do Fico de Paulo Guedes custará muito caro ao ministro da Economia. Para ser mais preciso: o preço para que ele permaneça no governo será sua completa desmoralização diante do mercado, que ainda nutria alguma esperança de que ele seria o fiador de uma política fiscal austera, diante do ímpeto populista do presidente 💥️Jair Bolsonaro.
“O Guedes vai ficar marcado como um dos caras que matou o teto. O controle fiscal foi amplamente abalado”, afirmou o economista e especialista em contas públicas Raul Velloso ao 💥️Money Times. Para Velloso, Guedes perdeu o controle da agenda econômica, o que pode abrir, inclusive, um precedente perigoso para Bolsonaro.
A avaliação de Velloso ecoa declarações do próprio ministro. Na tarde de hoje (22), após se reunir com o presidente Jair Bolsonaro, alimentando ainda mais os boatos de que sairia do governo, 💥️Guedes concedeu uma entrevista coletiva em que jogou a toalha (e as chaves dos cofres públicos) para o ex-capitão.
Em alto e bom som, o ministro afirmou 💥️que não quer tirar nota 10 em austeridade fiscal, enquanto houver brasileiros passando fome. “Preferimos ajuste fiscal um pouco menos intenso e abraço no social um pouco mais longo”, disse ele à imprensa no auditório do 💥️Ministério da Economia, ao lado de Bolsonaro.
Da boca pra fora
“No governo Bolsonaro, a prioridade não será o equacionamento fiscal. É claro que ele vai fazer um discurso diferente. Mas na prática, vai abrir as comportas. Ele está prometendo, por exemplo💥️, compensar os caminhoneiros autônomos pelo aumento do diesel. Isso não tem nada haver com controle fiscal, aquele modelo que o Paulo Guedes vinha seguindo”, afirma Velloso.
Para o economista, o ministro seguirá até o final do mandato, buscando a reeleição junto com o presidente. “Bolsonaro e Guedes fizeram uma espécie de abraço de matar ou morrer. Ou eles conseguem a reeleição, ou eles vão morrer politicamente”, argumenta.
Ainda segundo o especialista em contas públicas, o ministro se encantou com o poder. “Ele não vai sair. Ele vai até o fim. É a opção pelo poder”, completa.
A saída de Guedes voltou à pauta 💥️com o pedido de demissão apresentado por assessores próximos ontem, na esteira de suas declarações 💥️de que necessita de uma “💥️licença” para gastar mais💥️, a fim de acomodar o Auxílio Brasil de R$ 400, principal arma de Bolsonaro para recuperar a popularidade e sonhar com a reeleição em 2022.
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