Victor Marques: Depois de vender startup para o Méliuz, fundador vira investidor
“Nem toda startup precisa chegar ao IPO para deixar os investidores satisfeitos com o retorno”, disse o colunista (Imagem: Divulgação)
A frase “crie e administre sua empresa pensando no momento da venda” pode soar estranha para quem tem um negócio tradicional ou está acostumado a investir na 💥️Bolsa de Valores. No entanto, no universo das 💥️startups, tocar o negócio de olho numa oportunidade de vendê-lo a uma empresa maior é visto como muito positivo.
Investidores diversos – dos investidores pessoa física, passando pelos anjos, até grandes fundos de investimento – têm um objetivo em comum quando escolhem investir em uma startup: o exit, como é chamado o retorno desse tipo de investimento na Nova Economia. Por isso, encontrar um empreendedor que já tem a mentalidade de que vender seu negócio é uma possibilidade de forma alguma negativa se torna um atrativo a mais na hora de investir.
Há outras possibilidades de ter retorno nesse tipo de investimento: venda das ações em rodadas subsequentes de investimento, dividendos quando o negócio começar a dar resultado e o sonhado IPO. Os dividendos são incomuns no mundo das startups, elas geralmente buscam reinvestir todo o lucro em crescimento – reflexo da necessidade de crescimento acelerado para dominar o mercado.
O IPO é, geralmente, um objetivo distante, com mais capital disponível no mercado privado de capitais, a necessidade de abrir capital na Bolsa para captar investimento se torna cada vez menos interessante. Um processo que é bastante caro, demorado e que obriga a compartilhar informações públicas sobre as estratégias e resultados do negócio. Prova de que o movimento não é para todos é o Nubank: a fintech passou 8 anos captando investimentos de forma privada, crescendo e solidificando o negócio – para, somente agora, começar a planejar um IPO.
M&A é o novo IPO?
A estratégia mudou. Nem toda startup precisa chegar ao IPO para deixar os investidores satisfeitos com o retorno. Para o empreendedor que pensa estrategicamente, ver os números e notícias do mercado de M&A acende um sinal de oportunidade.
O Sling Hub destacou em seu relatório que 83% de todas as startups adquiridas na América Latina são brasileiras. Em 2023, foram 200 adquiridas. 2023 ainda não acabou e o número já chegou a 195 negociações do tipo. Também pudera: 8 dos 10 maiores adquirentes de startups da região são brasileiros, sendo o Magazine Luíza o comprador mais ativo da região.
Mesmo que o empreendedor não tenha o objetivo de conquistar um M&A no início, é comum que o caminho seja considerado. Por exemplo, Vinícius Frias fundador do Alter, uma mistura de corretora de criptomoedas com conta digital, afirma que: “quando criamos a Alter, não tínhamos a ambição de vender, nem pensávamos com ‘cabeça de startup’, apenas queríamos ganhar dinheiro para pagar as contas, mas o negócio acabou ficando maior e entramos na onda naturalmente”.
A opção de vender a startup para uma empresa maior começou a fazer mais sentido quando o empreendedor se deparou com o cenário de competição com players maiores, exigindo aplicar muito caixa em ações de marketing e operacionais. Frias relata que “nosso usuário nos via como um banco digital e, de fato, essa era a nossa proposta, mas enquanto tínhamos 15, 20 pessoas na equipe, outros bancos digitais tinham mais de mil”.
Depois de realizar uma captação de investimento através da CapTable, o negócio ganhou impulso, conquistou mais usuários e cresceu. Foi assim que a oportunidade de conquistar um comprador – que pagasse valor significativo pelo negócio – começou a surgir. Depois de conversar com fundos de investimento e empresas do setor, recebeu o contato do Méliuz. A conversa evoluiu e resultou na aquisição do Alter pelo Méliuz por R$ 25,9 milhões – uma valorização de 73% no valor da empresa, quando comparado ao valuation com que captou na CapTable, de R$ 15 milhões na época.
O resultado? Os investidores que aportaram na rodada da CapTable viram seus investimentos terem valorização em menos de 1 ano , o que garantiu três recordes para a plataforma: o exit mais rápido, com maior valorização proporcional e com maior número de investidores da história das plataformas de investimento em startups do Brasil.
Depois do sucesso, a oportunidade de contribuir
Após a venda do Alter ao Méliuz, Vinícius Frias passou a ocupar o cargo de diretor no Méliuz.
Assim, Vinícius voltou seus olhares para a CapTable – o local onde encontrou o investimento e visibilidade que permitiram fazer sua startup atingir um novo patamar, atraindo um comprador – para auxiliar outros empreendedores a trilharem um caminho semelhante ao vivido pela Alter. Quando André Apollaro, fundador da payfy, startup que faz gestão de gastos corporativos, e já conhecido de Vinícius, começou a buscar investimento, o fundador da Alter decidiu apoiá-los e participar da nova fase da startup como investidor-anjo, através da CapTable.
O ecossistema de inovação, de fato, se retroalimenta.
Frias relata que os motivos que o levaram a investir na payfy foram bastante simples e baseados em sua própria experiência: “startups são organismos vivos, sendo extremamente necessário ter um ótimo comandante ao volante. O André Apollaro é essa pessoa, tem a energia e determinação necessária para a jornada. Além disso, já provou uma ótima tração até aqui”.
Com a validação de um empreendedor de sucesso, que atraiu os olhares do Méliuz para sua startup, a payfy tem a possibilidade de replicar alguns dos passos do sucesso do Alter. Vinícius ainda relata: “Foco, para uma startup, é a diferença entre morrer e seguir vivo. E a payfy segue viva & e crescendo -, atravessando a pandemia e mantendo clientes como LG, P&G e Lenovo”.
A CapTable, plataforma de investimentos em startups da StartSe, já levantou mais de R$ 50 milhões em investimentos, para diversas startups. A plataforma, que já é a maior do Brasil, possibilita investir com valores a partir de R$ 1000 e participar da jornada de crescimento de startups promissoras como a Alter e a payfy.
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