Gol mostra otimismo após perda bilionária, mas volta ao lucro deve demorar

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A companhia projeta de 600 a 700 voos diários para dezembro, ante média de 460 em novembro (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

Depois de mais um 💥️prejuízo bilionário no terceiro trimestre, de R$ 2,5 bilhões, a 💥️Gol (💥️GOLL4) tentou demonstrar otimismo para o quarto trimestre, quando a demanda sazonalmente mais forte coincidirá com o ápice da vacinação contra a 💥️covid-19 no País.

A companhia projeta de 600 a 700 voos diários para dezembro, ante média de 460 em novembro. Ainda assim, a aérea deve continuar a enfrentar desafios para reduzir o endividamento em um cenário de juros e custos mais altos.

O presidente da Gol, Paulo Kakinoff, reforçou que a companhia está retomando gradualmente os voos internacionais, com destaque para países como 💥️Uruguai, 💥️Argentina e 💥️México. Os 💥️Estados Unidos devem voltar ao portfólio da companhia no segundo trimestre de 2022.

A decisão se deve, em parte, ao represamento de pedidos de vistos no 💥️Brasil e principalmente pela taxa de câmbio. “Pode ficar caro para os brasileiros viajarem para os Estados Unidos”, disse o executivo, em teleconferência de resultados. Enquanto isso, a aérea supre a demanda externa por meio da parceria com a American Airlines.

O analista da Mirae Asset Corretora, Pedro Galdi, aponta que a companhia tenta mostrar um viés positivo, com um maior número de voos e de uso de aeronaves. “Mas pesa a expectativa de que, apesar do crescimento dos voos domésticos, o segmento internacional vai demorar um bom tempo para voltar ao normal.”

Dívidas

Além disso, analistas alertam para o endividamento elevado da Gol. Ao fim de setembro, a alavancagem da companhia, medida pela relação entre a dívida líquida ajustada e a geração de caixa, alcançou 9,7 vezes, piora significativa em relação ao indicador de 4,3 vezes em igual período de 2023.

De janeiro a setembro, as despesas da Gol somente com juros de empréstimos e financiamentos cresceram cerca de 20% sobre igual período de 2023, para R$ 1,37 bilhão. “O endividamento da companhia continua alto”, pontua Galdi.

Diante de um horizonte de custos de combustível e dólar ainda elevados, a Gol segue com desafios. Em relatório, o Citi avalia que a companhia enfrentará cenário adverso de preços de combustível e condições econômicas negativas.

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De janeiro a setembro, as despesas da Gol somente com juros de empréstimos e financiamentos cresceram cerca de 20% sobre igual período de 2023, para R$ 1,37 bilhão (Imagem: REUTERS/Diego Vara)

O diretor vice-presidente financeiro da Gol, Richard Lark, minimizou os riscos macroeconômicos. “No Brasil, o cenário de risco fiscal é melhor do que nos EUA, por exemplo.

Os fundamentos no País estão indo bem”, disse a analistas. “É claro que o câmbio afeta o combustível e os custos com aeronaves”, admitiu.

A companhia também está em um movimento de renovação da frota: um de seus objetivos é ampliar o uso dos aviões da linha MAX, da Boeing, considerados mais econômicos.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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