Consumo de combustíveis ciclo Otto no Brasil deve crescer 5,5% em 2023, diz StoneX
“Ainda assim, os preços dos combustíveis em patamares elevados podem dificultar o avanço da mobilidade urbana nos próximos meses, atuando como fator de pressão sobre a demanda por Ciclo Otto”, disse a StoneX (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)
O 💥️consumo brasileiro de 💥️combustíveis ciclo Otto (💥️etanol e 💥️gasolina) deve crescer 5,5% neste ano ante 2023, para 52 bilhões de litros, com a gasolina assumindo maior protagonismo, apontou levantamento da consultoria 💥️StoneX nesta terça-feira.
No centro-sul, principal região consumidora, a paridade de preços entre o etanol hidratado e a gasolina já alcança 81,4%, tendência que deve se manter até março do próximo ano, dado o período de entressafra da cana no cinturão canavieiro & com menor oferta de álcool.
Dessa forma, a demanda nacional por etanol hidratado, concorrente da gasolina nas bombas, deve ser próxima de 17 bilhões de litros neste ano, representando recuo de cerca de 13% versus o ano passado, apontou o documento.
Em paralelo, a demanda por anidro 💥️(misturado na gasolina vendida nos postos) deve se elevar, para nível em linha com 11 bilhões de litros, afirmou.
“Ainda assim, os preços dos combustíveis em patamares elevados podem dificultar o avanço da mobilidade urbana nos próximos meses, atuando como fator de pressão sobre a demanda por Ciclo Otto”, disse a StoneX.
O avanço das vendas do ciclo Otto ocorrem apesar de as perspectivas econômicas no país terem se deteriorado desde o primeiro semestre do ano.
“Uma aceleração inflacionária com múltiplos focos de pressão de custos associada a uma constante e desorganizada alternância de prioridades na agenda econômica do 💥️governo federal provocou revisões frequentes da perspectiva de crescimento econômico, 💥️inflação, 💥️câmbio e 💥️juros para o país”, afirmou o relatório.
“O desempenho positivo do agronegócio e de algumas atividades de serviços, por outro lado, podem atenuar o resultado mais fraco dos demais setores.”
Em 2022, a StoneX projeta que o consumo de Ciclo Otto no 💥️Brasil cresça em 2,2%, perspectiva que ainda dependerá das tendências para os preços dos combustíveis no mercado brasileiro.
“Parece provável que as usinas direcionem maior volume de cana à produção de etanol, favorecendo sua competitividade nas bombas”, disse o grupo.
No ciclo 2022/23 (abr-mar) do centro-Sul, estima-se que o consumo de hidratado seja próximo de 16,7 bilhões de litros(+18,3%), ao passo que o de anidro totalize 7,7 bilhões de litros (-3,4%).
Eletrificação da frota
No relatório, a StoneX destacou ainda que as perspectivas para a eletrificação da frota brasileira são positivas, “ainda que tal crescimento esbarre em fatores limitantes de infraestrutura e custos elevados”.
A venda de veículos híbridos e 100% elétricos alcançou um recorde de 14 mil unidades no primeiro semestre de 2023, crescimento anual de 80%, segundo a consultoria.
Tal expansão deve ganhar força no longo prazo, com os veículos elétricos podendo representar 62% da frota brasileira até 2035, segundo projeções da Anfavea, pontuou o relatório.
“Para isso se concretizar, contudo, maiores investimentos e subsídios deverão ser concedidos ao setor”, disse a StoneX.
Levando em consideração que o ambiente ainda se mostra adverso à penetração dos elétricos, a StoneX projeta que esta frota ainda represente 0,2% e 0,3% do total de veículos em 2023 e 2022, respectivamente.
Embora tenha impacto negativo sobre o consumo de Ciclo Otto nos próximos anos, a StoneX apontou que é preciso ponderar que o etanol deve ganhar destaque neste contexto, já que o mercado brasileiro deve apostar no álcool em seus projetos de eletrificação, especialmente de híbridos.
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