Brasileiro desconfia de discurso de empresas
Na comparação com outras 18 nacionalidades, o brasileiro também é mais descrente: em 15, de 18 setores da economia (Imagem: Fernando Frazão/Agência Brasil)
Os brasileiros estão mais céticos em relação ao cumprimento das responsabilidades socioambientais pelas 💥️empresas.
Estudo do Instituto Akatu (de valorização do consumo consciente) em parceria com a consultoria GlobeSkan mostra que, em 2023, houve uma queda generalizada na avaliação do consumidor sobre o comprometimento das companhias com a sociedade e o 💥️meio ambiente.
No setor de 💥️petróleo, por exemplo, que registrou o pior desempenho, o índice passou de -13% (respostas negativas subtraídas das positivas) em 2023 para -47% neste ano.
No total, 47% dos segmentos econômicos analisados apresentaram resultado negativo.
Na comparação com outras 18 nacionalidades, o brasileiro também é mais descrente: em 15, de 18 setores da economia, a percepção é mais negativa que a média global.
O setor petroleiro também registrou a maior diferença entre a percepção brasileira (-47%) e a média dos países (-18%).
Segundo o instituto, há duas possibilidades para o resultado do levantamento & que ouviu 31 mil pessoas, sendo mil no 💥️Brasil.
A primeira é que as empresas brasileiras tenham tido, em 2023, um desempenho inferior no cumprimento de suas responsabilidades.
A segunda é que a exigência dos consumidores aumentou após 2023, quando as companhias foram excepcionalmente ativas.
“Em 2023, muitas empresas colaboraram na área da saúde e na redução da vulnerabilidade da população mais pobre. Isso não ocorreu na mesma proporção em 2023, mas as pessoas mantiveram a expectativa de que as empresas iam continuar fazendo. Já as empresas não esperavam que a pandemia fosse tão extensa”, diz o presidente do Akatu, Helio Mattar.
Movimentação
O diretor de comunicação do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Paulo Henrique Soares, destaca que o setor tem buscado aprimorar suas práticas socioambientais.
Em 2023, após a tragédia de Brumadinho, 200 especialistas de diversas mineradoras se juntaram para traçar metas para que as empresas da área aperfeiçoassem as políticas internas de ESG (aspectos ambientais, sociais e de governança, na sigla em inglês). “Temos muitos avanços. É óbvio que as duas fatalidades, com o rompimento de barragens (em Brumadinho e Mariana), nos impacta, mas estamos trabalhando para melhoria do cumprimento dessa responsabilidade”, diz Soares.
Em outubro, o Ibram divulgou a agenda do setor com metas até 2030, como redução de 10% no uso de água e tolerância zero com acidentes com morte.
No setor petroleiro, o presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás, Eberaldo de Almeida Neto, lembra que o derramamento de petróleo na costa brasileira em 2023 prejudicou a imagem das companhias. As investigações, porém, apontaram que o óleo tinha origem venezuelana.
O executivo destaca que, no Brasil, a maior parte da exploração é de alta produtividade e, portanto, emite menos gases de efeito estufa. Ainda assim, o IBP está revendo as metas de redução dos gases do setor.
Mercado
O levantamento do Akatu e da Globeskan mostra que, para os brasileiros, ter mais informações sobre onde encontrar serviços e produtos saudáveis e sustentáveis de baixo custo seria a melhor forma de ampliar o consumo desses itens. Dos brasileiros, 59% apontaram essa necessidade. Na média global, 45%.
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