Minerar bitcoin a partir de vulcões ainda é mais caro que usar petróleo, aponta ecologista

Vulcão

Segundo o ecologista Ricardo Navarro, pelo fato de a energia geotérmica ser mais cara que a energia gerada a partir de combustíveis fósseis, é provável que El Salvador acabe comprando mais petróleo (Imagem: Unsplash/Toby Elliott)

Conforme noticiado pelo Decrypt, Ricardo Navarro, um ecologista de El Salvador, questionou a decisão do governo de seu país de minerar bitcoin (BTC) a partir da energia vinda de vulcões. Segundo Navarro, a energia geotérmica é mais cara que a energia vinda de combustíveis fósseis.

Em um comentário ao jornal The Telegraph, Navarro disse:

A geotermia ainda custa mais que [a energia vinda do] petróleo, caso contrário já estaríamos usando mais essa forma. O que irá acontecer é que iremos acabar comprando mais petróleo.

O ecologista salvadorenho também questionou a decisão do presidente do país, Nayib Bukele, de desenvolver a infraestrutura da “cidade Bitcoin” próxima a vulcões que serão usados na mineração da criptomoeda.

Quanto a isso, o ecologista fez a seguinte comparação: “Falar sobre construir essa cidade [a ”cidade Bitcoin”] ao lado de um vulcão é como pensar que você é rico porque mora ao lado de um banco”.

Segundo o Decrypt, Navarro, que comanda o Centro de Tecnologia Apropriada de El Salvador, acrescentou um outro tópico relativo à energia geotérmica que não foi comentado pelo presidente: a questão da água.

A geração de energia geotérmica requer grandes volumes de vapor e água quente, a fim de movimentar as turbinas da usina para a geração da energia. No entanto, o ecologista apontou que o país caribenho já passa por problemas ligados à falta de água.

Não foi somente o ecologista que questionou as decisões do governo de El Salvador. Para Marit Brommer, diretora executiva da Associação Internacional de Geotermia, o desenvolvimento da energia geotérmica no país não deverá acontecer tão depressa. 

De acordo com o Decrypt, Brommer apontou que o país é conhecido por seu potencial geotérmico, mas que, “se o presidente está prometendo algo para os próximos seis meses, isso não será factível.”

A diretora executiva afirmou que, provavelmente, levará de dois a três anos, ou até mais, até que se possa gerar qualquer energia vinda de vulcões.

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