Bastidores de Brasília: O jogo da PEC dos Precatórios está longe do fim
A promulgação trata apenas das mudanças na regra do teto de gastos e de parte das alterações no pagamento de precatórios (Imagem: Reuters/Adriano Machado)
A solução para o Orçamento de 2022 com a promulgação de parte da PEC dos Precatórios abre um espaço de apenas R$ 20 bilhões para o pagamento do 💥️Auxílio Brasil no ano que vem.
A promulgação trata apenas das mudanças na regra do teto de gastos e de parte das alterações no pagamento de precatórios, o que dá uma folga fiscal de R$ 62,2 bilhões em 2022.
No entanto, uma boa parte disso precisa ser usada com vinculações, o que reduz a folga em mais da metade. O montante, somado ao orçamento do 💥️Bolsa Família, é suficiente apenas para começar a pagar o benefício de R$ 400 no ano que vem.
Pastore
Ex-presidente do Banco Central e atual conselheiro econômico de 💥️Sergio Moro, Affonso Celso Pastore, tem sido alvo de críticas dentro do 💥️Ministério da Economia.
Integrantes da pasta afirmam que Pastore, que defende um resgate da credibilidade fiscal do Brasil, tem errado por uma margem larga em projeções sobre a dívida bruta.
O ex-comandante do BC estima que a dívida bruta chegará a 100% do PIB em 2029, enquanto a equipe econômica trabalha com uma estimativa abaixo de 80% do PIB — um erro de mais de R$ 2 trilhões, segundo um integrante da equipe econômica.
Teto solar
A PEC dos precatórios fez com que o apelido de fura-teto que o ministro Paulo Guedes deu a colegas de esplanada se voltasse contra ele.
Diante das piadas do tipo “quem é o fura-teto agora?”, o chefe da Economia diz que chefes de outras pastas são os verdadeiros pais do teto solar que a proposta cria ao abrir espaço de R$ 106,8 bilhões no Orçamento para pagar o Auxílio Brasil de R$ 400.
Reconhecimento
Integrantes da equipe econômica têm manifestado incômodo com o fato de a política fiscal ser apontada apenas como vilã do combate à inflação.
A equipe de Paulo Guedes lembra que, apesar das incertezas da PEC dos Precatórios, o governo conseguiu reduzir o déficit primário do governo central de 10% do PIB em 2023 para 1,1% em 2023, com uma previsão ainda menor para 2022: 0,4%.
Enraizado
A ida do secretário especial de Emprego e Competitividade, Carlos da Costa, para Washington na função de adido comercial do Ministério da Economia foi a forma que Guedes encontrou de se livrar de quem andava enraizado no Palácio do Planalto e no Congresso criando condições adversas para o trabalho da equipe econômica, afirma um integrante da pasta.
Para justificar a criação de uma adidância para se desfazer de Costa, o Ministério afirma que está seguindo os passos do governador de São Paulo, 💥️João Doria, que acaba de inaugurar um escritório comercial do estado em Nova York.
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