O cenário para privatizações de 2022 em diante no Brasil
União controla diretamente 46 empresas, segundo o Tesouro Nacional. (Imagem: LinkedIn/Correios)
A atual conjuntura política no Brasil, a necessidade de investimentos e as restrições orçamentárias por parte do governo podem continuar resultando em novas 💥️privatizações nos próximos anos, disse o Inter Research, do banco 💥️Inter.
As desestatizações serão embasadas pelos “bons resultados obtidos não somente pelas vendas dos anos 1990 mas pelas atuais trocas de gestão”, diz relatório assinado por Rafaela Vitória, Matheus Amaral e Daniel Arruda.
“Nos últimos anos, não só o debate sobre privatização voltou à cena, mas também tivemos alguns importantes leilões, bem como avanço na legislação que pode permitir a venda de federais como a 💥️Eletrobras (💥️ELET6) e os Correios”.
No caso da Eletrobras, foram vendidas as subsidiárias de distribuição Celg, Cepisa, AmE, EletroAcre, Ceron e Ceal. A 💥️Petrobras (💥️PETR4) também leiloou a Tag, a Logigás e a 💥️BR Distribuidora (💥️VBBR3).
“Tivemos também leilões estudais da CEB, pelo governo de Brasília, da Cesp em São Paulo, da Emae no Rio e das CEEE-D, CEEE-T e Sulgás no Rio Grande do Sul”, lembra o banco.
A União controla diretamente 46 empresas, segundo o Tesouro Nacional. No âmbito de empresas de controle dos Estados e Municípios soma-se mais 302 empresas.
Motivações políticas
Para o Inter, as motivações para privatização ainda estão ligadas a fatores políticos, “apesar das evidências de melhoras na gestão das empresas privatizadas e consequente aumento do investimento e ganhos de produtividade agregados”.
Segundo o banco, em estudos envolvendo diversos países, constata-se que governos com viés econômico mais liberal tendem a privatizar mais.
“Outro fator que motivam as vendas de estatais são restrições orçamentárias dos governos, que usam o desinvestimento como forma de levantar recursos ou para gastos sociais ou para redução de dívida pública”, comenta.
Melhora operacional
O Inter diz que o racional por trás da privatização de estatais envolve uma melhora do desempenho operacional da companhia.
Segundo o banco, a empresa pode perder o monopólio legal sobre o setor de atuação, caso exista, além de deixar de se beneficiar das injeções de recursos pela União.
No entanto, diz a instituição, esses fatores são “mais que compensados pela focalização da estratégia corporativa nos objetivos financeiros do acionista, com maior alinhamento de interesse entre os diversos stakeholders e consequente aumento da produtividade”.
“A interferência política nas estatais distorce esses objetivos e a mudança de controle para gestores alinhados promove ganhos de eficiência, principalmente na eficiência do trabalho, com a redução do emprego excedente, comum nas empresas geridas por indicados políticos”, diz.
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