Pré-Mercado: Um início azedo de semana natalina

Qual a melodia dos mercados na semana do Natal? | Lembra-se Daquela Noite? (1940)

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Em semana mais curta por conta do feriado de Natal, a liquidez dos mercados deve se reduzir consideravelmente nos próximos dias, até a chegada do ano-novo de fato. A ideia de que teríamos uma semana tranquila em decorrência disso, entretanto, tem sido jogada de escanteio com a correção nos mercados internacionais nesta manhã. Naturalmente, ainda sentimos reflexos da semana de reuniões de política monetária, em que diversas autoridades optaram por um ritmo de maior aperto de liquidez, de modo a controlar melhor a inflação.

Esta dinâmica, claro, traz pressão para emergentes, como o Brasil. Contudo, não é o único temor no radar. A questão da nova variante, com um ligeiro aumento de casos da ômicron ao redor do mundo, ameaça o finalzinho de 2023, sendo uma das responsáveis pela correção internacional de hoje. Nem mesmo mais expansionismo monetário chinês foi capaz de segurar os mercados por lá.

A ver…

Investidores começam a fazer os preparativos de entrada para um ano eleitoral. O problema é que, na maioria das vezes, o mercado financeiro não entende nada de política. Seu posicionamento apolítico o distancia da realidade, nos restando apenas o tempo passar para que tenhamos uma leitura mais fidedigna da realidade. Há também uma conta de chegada a se considerar, ao observarmos os últimos movimentos latino-americanos na Argentina, no Peru e agora no Chile, que elegeram lideranças com um cunho menos mercadológico.

A moeda está largada e a Bolsa está barata, de fato. Porém, estaríamos mais para baratos ou mais para piores? Estagflação, juros de dois dígitos e desemprego nas alturas. 2022 não será um ano trivial. Mas não é porque não enxergamos a saída que ela não existe – ausência de evidência não é evidência de ausência. Há caminhos para o Brasil, se não para o ano que vem, para 2023 em diante. O mercado, em sua tentativa recorrente de precificar o futuro no presente, vai jogar este jogo nos próximos meses.

Os futuros dos índices de ações dos EUA caem significativamente nesta manhã, refletindo o aperto monetário, a possível derrota política de Biden e as pressões derivadas da ômicron. Já na sexta-feira (17), as Bolsas de Wall Street sofreram com os investidores retirando dinheiro da mesa depois que o Fed indicou que lutaria contra a inflação acelerando a retirada do estímulo econômico, acelerando sua redução nas compras mensais de títulos e prevendo três aumentos nas taxas de juros no próximo ano.

Para piorar a situação, no domingo, o plano de gastos com “infraestrutura humana” de US$ 2 trilhões do presidente Joe Biden parece condenado ao fracasso, porque o senador Joe Manchin (Democrata) afirmou que não podia apoiá-lo. Sem o voto do senador, Biden e seu partido tiveram uma potencial grande derrota política na entrada de um ano eleitoral. Além disso, novos casos de Covid-19 estão crescendo acentuadamente em muitas partes do mundo – o Dr. Anthony Fauci disse esperar um número de casos recorde neste inverno.

Os mercados de ações asiáticos seguiram em queda nesta segunda-feira em meio a preocupações sobre a nova variante do coronavírus e uma política mais rígida do Federal Reserve e de outros bancos centrais ao redor do mundo. A disseminação da ômicron alimentou temores de que novas restrições aos negócios e viagens possam piorar as interrupções na cadeia de suprimentos.

Na Europa, as ações também despencam nesta segunda-feira, acompanhando as perdas nas ações globais, com os investidores enfrentando preocupações com o aumento de casos de Covid-19 e restrições para combatê-los. O resultado tende a ser ruim para os mercados, que temem uma desaceleração considerável da economia na entrada de 2022.

Com casos recorde de Covid-19 no Reino Unido nos últimos dias e novas restrições sendo implementadas em toda a Europa, parece quase como uma repetição da ação de 12 meses atrás. A Holanda entrou em um bloqueio nacional na noite de domingo, enquanto a França e a Áustria aumentaram as restrições de viagens. A Irlanda, por sua vez, impôs toque de recolher para bares e eventos de entretenimento. Espanha e Itália também consideram novas medidas.

Será uma semana agitada de divulgação de dados econômicos, mas a segunda-feira em si é bastante pacata. Na Europa, tivemos nesta manhã os dados de conta corrente da Zona do Euro, sem grandes surpresas, bem como o índice de confiança do consumidor. Nos EUA, teremos a publicação do principal índice de sentimento econômico do Conference Board do mês de novembro. No Brasil, o relatório Focus é acompanhado pelos investidores para ver se a revisão das projeções de inflação segue acontecendo. Votação no Congresso pelo Orçamento de 2022 também é destaque do dia, apesar de provavelmente não oferecer surpresas.

À medida que 2022 se aproxima, investidores ficam mais apreensivos sobre os temas que nortearão o ano. Considerando que a nova variante, apesar de mais transmissível, representa uma forma de civilizar o vírus, tornando-o de fato endêmico, há possibilidade de que, graças ao processo de vacinação e à menor letalidade da cepa, passemos a conviver com a Covid-19 como se fosse outra doença qualquer. Isso permitiria um processo verdadeiro de normalização.

2021 foi marcado pelo maior choque de demanda por bens em 75 anos, esmagando o aumento da oferta, que naturalmente responderia mais devagar. Uma das consequências, notadamente, foi a inflação, que também deveria se normalizar nos próximos meses. As restrições que estamos vendo agora parecem focar muito mais no lado da demanda do que na oferta, graças às preocupações do governo em não afetar as cadeias de suprimentos. Logo, o próximo ano será sobre a normalização da demanda e como isso afeta a desinflação, a atividade econômica e o emprego.

Os mercados sempre se esqueceram da capacidade das pessoas de se adaptarem a esse medo do vírus – tais adaptações não são capturadas adequadamente nos dados econômicos, muito menos pelas previsões dos economistas. Correções como a de hoje estão muito mais associadas a um ajuste de posição depois de uma semana recheada de apertos monetários.

À medida que as economias voltam ao ciclo econômico, é importante que as políticas cíclicas não sejam usadas para resolver problemas estruturais, contrabalanceando o aperto monetário verificado. O pacote de Biden seria um norteador para o Ocidente na continuidade da década, mas até este parece estar virando água. Ainda há espaço para aprovação do mesmo, dando gás às ações globais no ano que vem, mas este espaço se fecha cada vez mais.

Um abraço,
Jojo Wachsmann

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