Guedes se apoia no resultado fiscal do governo

O ministro tem se agarrado ao lado fiscal do governo para ensaiar o discurso para a campanha eleitoral, avisando que sua plataforma para a campanha será um repeteco de 2018 (Imagem: Edu Andrade//Ascom/ME)

Com a 💥️inflação nas alturas, a atividade praticamente estagnada e os 💥️dados de emprego sendo revisados para baixo, o ministro da Economia, 💥️Paulo Guedes, tem se agarrado ao tão criticado lado fiscal do 💥️governo para ensaiar o discurso para a campanha eleitoral.

Apesar de as mudanças no 💥️teto de gastos terem gerado forte reação negativa no mercado, o ministro tem reforçado o argumento de que esse será o primeiro governo a reduzir o gasto em proporção do 💥️Produto Interno Bruto (💥️PIB), de que a 💥️dívida não explodiu como apontavam as projeções e de que o déficit primário será zerado antes do esperado.

Em meio a ataques a 💥️Lula e 💥️Moro & principais adversários de 💥️Bolsonaro em 💥️2022 -, Guedes já avisou que sua plataforma para a campanha será um repeteco de 2018: privatizações das maiores estatais (que não saíram até agora), capitalização da 💥️Previdência (que não emplacou e foi limada da reforma aprovada em 2023), carteira de trabalho verde a amarela (rejeitada pelo 💥️Congresso) e as reformas tributária e administrativa (que seguem empacadas no parlamento).

Ameaças

A especialista em contas públicas da Tendências Consultoria, Juliana Damasceno, avalia, porém, que a melhora dos números tende a se perder neste ano sem a ajuda para as receitas que veio da alta da inflação em 2023 e sem o auxílio nas despesas que veio dos 💥️juros baixos da crise.

“Há um receio de que seja necessário operar com juros altos por mais tempo, justamente quando seria necessário estimular a economia com investimentos para recuperar a produtividade e o PIB potencial do Brasil”, avalia.

A economista critica a ênfase de Guedes ao “sucesso” na gestão das contas públicas quando o governo dá aval para mudanças no teto de gastos.

“Era o teto que permitia haver alguma ancoragem sobre a trajetória futura dos gastos públicos. Com folga aberta no teto, o que se coloca é que o limite não está sendo respeitado”, enfatiza.

Para ela, o governo poderia ter revisto inúmeras despesas não eficientes ou revisto os benefícios tributários que não têm avaliação de resultados, mas optou pelo caminho mais fácil de aumentar o gasto em ano eleitoral.

Armando Castelar, pesquisador associado do 💥️FGV Ibre, prevê que as despesas que vinham caindo em 2023 darão um salto em 2022.

Os juros da dívida pública, que, descontada a inflação, chegaram a ficar negativos nos últimos 12 meses, devem superar os 5% em termos reais. Os benefícios tributários atrelados ao salário mínimo podem ter um reajuste de dois dígitos.

O diretor executivo da 💥️Instituição Fiscal Independente (💥️IFI), Felipe Salto, reconhece que o gasto de 2022 em proporção do PIB ficará abaixo do de 2018 (ano da eleição presidencial anterior), mas alerta que boa parte da queda decorre da contenção de investimentos, e não do ataque às despesas menos eficientes.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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