‘Fizemos IPO e, nove meses depois, follow on’, diz Gustavo Couto do Grupo Vamos
Nove meses depois do IPO, a receita havia crescido 85% e o lucro líquido, quase 130% (Imagem: Vamos/Divulgação)
Os olhos de Gustavo Couto brilham quando ele fala dos números do 💥️Grupo Vamos (💥️VAMO3), do qual é CEO. A empresa, criada em 2015 para centralizar as operações de locação da 💥️JSL (💥️JSLG3), faz parte da 💥️Simpar (💥️SIMH3) e abriu o capital na 💥️Bolsa de Valores no dia 3 de janeiro de 2023. Nove meses depois, a receita havia crescido 85% e o lucro líquido, quase 130%. Com isso, foi possível antecipar a oferta de mais ações ao mercado.
Segundo Couto, isso é resultado de apostas feitas ao longo de 2023 e 2023, que incluíram a compra de concessionárias de máquinas agrícolas, grandes lotes de caminhões novos e da empresa de empilhadeiras HM. Ele recebeu o Estadão no escritório da companhia, na zona sul da capital paulista, horas antes de pegar um voo para uma breve viagem de férias com a família.
Como foi o ano de 2023 para o Grupo Vamos?
Foi muito importante na história da Vamos. No dia 2 de janeiro, estreamos na Bolsa. Com isso, passamos a operar em outro patamar e pudemos acelerar nossos planos. Alguns setores, como o e-commerce e o 💥️agronegócio, cresceram muito e demandaram mudanças no tipo de produto que a gente oferece.
Houve avanços não apenas no modelo de locação, mas também no movimento nas nossas concessionárias. Adquirimos as da (marca alemã de máquinas agrícolas) Fendt. Na 💥️construção civil, houve forte aceleração dos investimentos em infraestrutura, que é algo muito importante para o País. Assim, crescemos também na locação de máquinas da linha amarela.
Nos primeiros nove meses, a receita cresceu 85% e o lucro líquido, quase 130%. Com isso, antecipamos o plano de follow on. Ou seja, no mesmo ano fizemos o 💥️IPO da companhia e uma oferta de novas ações. Estamos olhando para 2022, porque a gente sabe que é importante iniciar o ano novo com um balanço robusto. Temos um caixa bastante sólido, que vai permitir honrar nossos compromissos de curto e médio prazos, além de manter, e até mesmo acelerar, nosso ritmo de crescimento.
Qual é a sua expectativa em relação a 2022?
A Vamos tem um posicionamento único no mercado, porque reúne três grandes unidades de negócio. A de locação tem 25 mil equipamentos alugados após a aquisição da HM. A segunda, de concessionárias, tem 50 lojas de veículos, incluindo as que atendem o agronegócio, como as das marcas (de tratores) Valtra e Fendt, além da linha amarela, sobretudo no Centro-Oeste.
A terceira, do setor de seminovos, é a maior do Brasil. Esse canal permite escoar os equipamentos que estavam locados e foram desmobilizados. E também trabalha com a compra e venda de ativos. Os contratos de locação têm duração de cinco anos ou mais. Isso garante bom nível de previsibilidade.
Em 2023, compramos os equipamentos, caminhões e máquinas que iríamos alugar em 2023. Focamos o Centro-Oeste, que cresce bastante e vem investindo na ampliação da área de cultivo e plantio, graças ao bom preço da soja, milho e algodão.
Na construção civil, as máquinas compradas em 2023 vão atender as demandas previstas para 2022. Uma das áreas em que o Brasil mais avançou nos últimos anos é a de infraestrutura. Estamos muito satisfeitos e felizes com isso. São investimentos de longo prazo. Portanto, vão estimular o crescimento da economia e serão importantes para garantir o desenvolvimento do País nos próximos anos.
💥️A procura por locação de caminhões e máquinas continuará crescendo?
Costumo dizer que quem faz conta não compra, aluga. No 💥️Brasil, há uma frota de 3,2 milhões de caminhões com idade média de 21 anos. É uma das mais antigas e ineficientes do mundo. Caminhão velho gasta mais combustível, gera mais poluição e maior risco para os motoristas e a sociedade como um todo. Isso sem falar da baixa produtividade.
A locação permite renovar a frota alocando menos capital, deixa o balanço da empresa mais leve e permite que o empresário foque o negócio dele. Dependendo da operação, a redução de custos chega a 30%. Apenas 1% da frota brasileira de caminhões é alugada. Nos 💥️Estados Unidos, são 25% e na 💥️Europa varia de 20% a 25%. Há muito espaço para crescer no País.
Os empresários entendem a importância de renovar a frota e buscar alternativas aos motores a diesel?
Se desse para trocar toda a frota antiga de caminhões do Brasil pela da Vamos, que tem menos de dois anos de uso, a redução do volume de poluentes lançado na atmosfera seria de mais de 90%. Então a gente trabalha para viabilizar a modernização da frota também com esse olhar. Estamos na vanguarda ao oferecer veículos movidos a biogás, gás natural e eletricidade.
Por ser mais barata, a locação pode contribuir para isso. Já há clientes alugando tanto veículos elétricos quanto a gás. Porém, esses caminhões ainda são muito caros, sobretudo os elétricos. Estamos acompanhando o desenvolvimento da tecnologia e da infraestrutura para adotar e viabilizar esse tipo de solução.
O que o governo deveria fazer para fomentar o setor e a economia como um todo?
Prefiro não falar de política ou de aspectos que estão fora do nosso controle. Seja como for, desejamos que haja mais diálogo e estímulo à economia para que a gente possa continuar investindo e ajudando empresas e clientes sobretudo na recuperação de empregos.
É preciso que haja diálogo e harmonia entre os poderes. Assim, a iniciativa privada continuará a acreditar e a apostar no País. O que temos de fazer é arregaçar as mangas e trabalhar.
Se pudesse mandar um recado ao Gustavo que se formou em 1998, qual seria?
Tenho muito orgulho e muita alegria da minha trajetória, da família que eu formei e de onde vim. Meus pais têm origem humilde, trabalharam muito e me deram uma criação muito boa. Tive sorte de encontrar pessoas boas, que compartilhavam dos mesmos valores que aprendi com meu pai e minha mãe.
Então eu diria: “Continue se cercando de pessoas que tenham os mesmos valores que você e te complementam, porque é isso que faz a gente se desenvolver como pessoa e como profissional.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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