“Meta de inflação não deveria ser tão baixa”, diz ex-diretor do BC Sérgio Werlang

Economista avalia que a inflação média do Brasil teria de ser um pouco mais alta do que a de um país que não tem fragilidades fiscais. (Divulgação)

No próximo dia 2, em sua primeira reunião de 2022, o Banco Central deve anunciar um aumento de 1,5 ponto percentual na taxa básica de juros, a famosa Selic, levando-a para 10,75% ao ano, e ainda contratar mais um ajuste, cuja proporção ainda é dúvida entre agentes do mercado.

Mas, na avaliação do ex-diretor do BC, professor da 💥️FGV e sócio da gestora Sarpen Quant Investments, Sérgio Werlang, a autoridade monetária não precisaria seguir com o aperto monetário tão forte, não fosse o que ele considera uma meta de inflação baixa demais.

“Boa parte da dificuldade em atingir a meta de 2023 é que ela caiu muito”, disse em entrevista ao 💥️Money Times.

A meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para o período é de 3,25%. “Se a meta fosse 4,5%, o juro teria que subir muito menos”, afirma Werlang.

O economista destaca que o ciclo de alta dos juros faz com que instituições formadoras de opinião no mercado, como o Itaú Unibanco (ITUB4),💥️ projetem um baixo crescimento econômico.

Falta de estudo técnico

Ao criticar as atuais metas de inflação, Werlang lembra que 💥️uma reportagem de 2023 do Valor Econômico mostrou que o CMN nunca utilizou estudos técnicos mais aprofundados para embasar as suas decisões, de acordo com votos apreciados pelo colegiado.

Segundo a reportagem citada pelo ex-BC, o principal argumento para reduzir as metas de inflação ao longo do tempo foi a convergência para os padrões adotados por economias emergentes como México e Chile — o que foi um erro, de acordo com o professor do FGV.

Werlang avalia que a inflação média do Brasil teria de ser um pouco mais alta do que a de um país que não tem fragilidades fiscais. Ele cita o funcionalismo público como um ponto crítico, com a impossibilidade de se demitir ou cortar salários.

Uma solução para a autoridade monetária, comenta, seria “simplesmente mirar um pouco acima da meta”. “Se fosse 3% [a meta de inflação], o BC deveria mirar em 4%”.

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