Gestoras “vendem” Brasil e ampliam posição em ativos internacionais
Gestoras apertam os cintos com cenário eleitoral cada vez mais próximo (Imagem: Unsplash/Frank Busch)
Alguns dos principais gestores de multimercados no Brasil começaram o ano com uma visão cautelosa para os ativos domésticos, de olho na turbulência trazida pela eleição e na retirada de estímulos pelos bancos centrais.
A Legacy Capital, que projeta uma queda de 1% no 💥️Produto Interno Bruto em 2022, disse que o cenário macroeconômico deteriorado e a perspectiva de um período eleitoral “turbulento” justificam exposição direcional reduzida em Brasil. A gestora aumentou posições em ações globais nas últimas duas semanas de dezembro.
Ao mesmo tempo, os investidores se preparam para uma virada no cenário de ampla liquidez global que prevaleceu ao longo dos últimos anos, com analistas vendo o 💥️Federal Reserve começar a subir os juros já em março.
As economias desenvolvidas “agora caminham, em passos acelerados, para mudar a postura da política monetária”, disse Rogério Xavier, co-fundador da 💥️SPX Capital, cujo fundo SPX Nimitz Feeder subiu 11,71% no ano passado, a maior alta anual desde 2017.
No ano passado, a 💥️Verde Asset Management viu seu principal fundo registrar a segunda queda anual desde o lançamento em mais de duas décadas.
A gestora perdeu com apostas em ações no Brasil, o que ofuscou ganhos com posições em juros no mercado local e em criptoativos. O principal erro de gestão foi “não conseguir defender a enorme deterioração do mercado de ações brasileiro”, disse a Verde, em carta a cotistas.
Veja o que algumas das maiores gestoras de multimercado disseram em suas cartas de dezembro:
Adam Capital
Em 2022, a China deve adotar uma postura política mais favorável ao crescimento, enquanto os EUA caminham em direção à normalização da política monetária. Fundo continua confiante nas oportunidades de investimentos no ano e espera que economia americana siga com crescimento forte.
Bahia Asset Management
O avanço da política monetária em direção a território significativamente contracionista no Brasil e as constantes pressões fiscais mantêm os ativos domésticos bastante premiados. Cenário macro e técnico no mercado brasileiro seguem prescrevendo cautela “acima da usual”.
Ibiuna Investimentos
Incerteza trazida pela eleição justifica postura cautelosa e defensiva da gestora, que tem sido mantida desde meados de 2023. Fundo voltou a carregar posições compradas em inflação implícita no Brasil.
Kapitalo Investimentos
Fundo vê um cenário desafiador para o Brasil pelos próximos meses e incertezas elevadas por conta do processo eleitoral em 2022. É provável que a recente melhora no mercado de trabalho brasileiro seja temporária e que o desemprego volte a aumentar. Posições compradas em ações globais foram aumentadas.
Legacy Capital
Dados sugerem que a recessão se aprofundou no quarto trimestre de 2023 e PIB brasileiro deve contrair 1% em 2022, “com riscos na direção de uma queda ainda maior”. Fundo voltou a aumentar a posição duplamente vendida em dólar contra real e em bolsa, e manteve exposição direcional reduzida nos demais ativos domésticos com perspectiva de piora macro e período eleitoral turbulento.
SPX Capital
Reversão de uma política monetária muito estimulativa e de política fiscal frouxa devem levar ao estouro de algumas bolhas de ativos. No Brasil, fundo está com posições vendidas em fintechs e no setor de mineração. A candidatura do PT leva vantagem para ganhar a disputa eleitoral, segundo a gestora.
Verde Asset Management
O fundo Verde ganhou com juros no Brasil e apostas em cripto em 2023, mas isso não foi suficiente para compensar as perdas decorrentes de sua exposição a ações locais. Carteira tem atualmente cerca de 27,5% em ações, com 23,5% no mercado local; também tem pequenas posições compradas em rublo russo e petróleo.
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