Por que a gasolina pode ficar mais cara aqui no Brasil se a Rússia invadir a Ucrânia?
Mercados se preocupam com possível invasão, visto que a Rússia é um dos principais produtores de petróleo (Imagem: REUTERS/Sergey Pivovarov)
A crise entre 💥️Rússia e 💥️Ucrânia é um dos assuntos mais falados nos últimos dias.
A tensão começou após a Rússia reunir uma quantidade grande de tropas perto da fronteira com a Ucrânia, mas o país afirma que não planeja invadir seu vizinho.
Recentemente, Washington e Moscou tentaram chegar a um acordo, mas o presidente russo, 💥️Vladimir Putin, disse nesta sexta-feira (28) que as respostas dos 💥️Estados Unidos e da 💥️Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) não abordaram as principais preocupações de Moscou.
No entanto, o governo ucraniano admitiu que a Rússia deve permanecer no caminho diplomático com Kiev por pelo menos duas semanas, mas Putin continuará os esforços para desestabilizar o país eslavo, disse o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba nesta última quinta-feira (27).
Mas, afinal de contas, como esse conflito no leste europeu pode impactar o bolso do brasileiro?
Essa briga pode parecer distante, mas, segundo 4 economistas entrevistados pelo 💥️Money Times, se Putin tentar tomar Kiev, o preço dos 💥️combustíveis vai subir mais uma vez.
A gasolina pode ficar mais cara se Putin quiser a Ucrânia para ele (Imagem: Money Times/ Gustavo Kahil)
De acordo com Carlos Lopes, economista do 💥️Banco BV, o preço da 💥️gasolina em relação ao mercado internacional está defasado em cerca de 10%, ou seja, a gasolina já deveria custar 10% a mais que o preço atual.
Além disso, a política de preços da 💥️Petrobras (💥️PETR4) trabalha com a paridade do preço do barril de petróleo no mercado internacional, ou seja, se o petróleo sobe, os combustíveis sobem.
A commodity já superou as máximas de 7 anos, e fechou esta sexta-feira (28) com 💥️alta de 1,93%, a US$ 91,06 por barril, um dos motivos é a tensão entre Rússia e Ucrânia.
Para Alan Gandelman, CEO da Planner, o temor acontece pelo fato Rússia ser um membro da OPEP+ e um dos principais produtores de petróleo do planeta.
Para Gandelman, o temor acontece pelo fato Rússia ser um membro da OPEP+ e um dos principais produtores de petróleo do planeta (Imagem: Divulgação)
“O receio do mercado é que se um grande produtor de petróleo entrar em guerra pode haver uma redução na produção ou boicotes de venda, o que faz o preço da commodity disparar”, diz Gandelman.
Segundo Carlos Lopes, se a invasão acontecer de fato, a expectativa é de uma nova disparada nos preços do petróleo.
“EUA e Europa podem aplicar sanções para Moscou, o que tende a trazer mais conflitos e tensões com um grande produtor de petróleo, deixando o mercado aflito e com novas possíveis altas no preço do barril”, afirma Lopes.
Para Lopes, se a Rússia invadir a Ucrânia a expectativa é de uma nova disparada nos preços do petróleo (Imagem: Divulgação)
Para Juliana Inhasz, do Insper, caso o aumento no mercado internacional se confirme, o preço do combustível será pressionado aqui no Brasil.
“A atual política de preços da Petrobras é de repassar esses aumentos para o consumidor final, então o caminho é o consumidor sentir esse aumento na bomba”, analisa.
Todos seriam impactados
A alta dos combustíveis tende a impactar a todos, não somente quem abastece na bomba.
Para Paulo Feldmann, economista da Universidade de São Paulo, caso o pior aconteça no leste europeu, a inflação deve disparar aqui no Brasil.
Segundo Feldmann, a inflação propende a disparar aqui no Brasil se o pior acontece no leste europeu (Imagem: Divulgação)
“O Brasil já está com uma inflação alta e a maior parte dessa alta dos preços é causada pelos combustíveis, visto que nossa malha de transportes é majoritariamente rodoviária. Então, um conflito na região dos países eslavos vai gerar uma nova escalada dos preços, isso seria terrível para o consumidor”, analisa.
O economista acredita que, com a invasão da Ucrânia pela Rússia, o IGP-DI (Índice Geral de Preços & Disponibilidade Interna), um dos medidores da inflação da 💥️FGV (Fundação Getúlio Vargas), pode chegar a 20% no acumulado do ano. Em 2023, o índice fechou a 17,7%.
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