Plataforma de NFTs musicais é desligada após vender ativos sem permissão de artistas
HitPiece foi originalmente lançada em 2023 por Rory Felton e Jeff Birmingham (Imagem: Unsplash/Marcela Laskoski)
HitPiece tinha um modelo de negócios simples: vender tokens não fungíveis (NFTs) de música. O problema? Os artistas musicais não sabiam que seus trabalhos estavam sendo vendidos na HitPiece.
Isso gerou fortes reclamações tanto de artistas quanto de fãs. Embora a plataforma tenha, aparentemente, começado com a intenção de ajudar os artistas a obterem receita a partir de suas vendas, isso não deu certo de tal forma que HitPiece teve de desligar sua plataforma.
HitPiece foi originalmente lançada em 2023 por Rory Felton, um produtor musical que cofundou a gravadora indie The Militia Group, adquirida posteriormente pela Sony Music, juntamente com Jeff Birmingham, investidor no Spotify.
Em janeiro, durante sua participação em um podcast, Felton disse que a startup havia arrecadado US$ 5 milhões em uma rodada “seed” (para impulsionar seu crescimento).
Felton e Birmingham queriam que HitPiece fosse “um lugar on-line para NFTs de música”. Na versão beta da plataforma, usuários podiam coletar edições limitadas de NFTs para cada música existente no mundo que estivesse na Interface de Programação Aplicada (API) do Spotify.
“A ideia é que você mostre para seus amigos e pessoas ao redor do mundo que você tem a melhor HitList, que você pode criar com todas as suas músicas favoritas”, explicou Felton no podcast.
“O artista recebe os royalties não só do leilão inicial, mas também a cada vez que o NFT é negociado, para que isso se torne um meio de obtenção de renda perpétua para os artistas e detentores de direitos autorais”.
No entanto, parece que HitPiece não notificou os artistas que os NFTs de seus trabalhos estavam sendo vendidos na plataforma, nem confirmaram que esses artistas queriam NFTs de suas músicas, em primeiro lugar – o que parece ser o principal motivo das reações negativas que a plataforma obteve.
“Ei, @joinhitpiece. Alguém emitiu meu trabalho como NFT em seu site sem a minha aprovação. Por favor, remova imediatamente. Eu não emiti isso, eu nunca emitiria meu trabalho como NFT, e isso foi feito sem a minha permissão”, escreveu um usuário do Twitter identificado como Jeremy Blake.
Usuários também afirmaram que, tendo em vista que HitPiece aceitava somente cartões de débito ou crédito, ao invés de pagamentos com criptomoedas para NFTs, não haveria nenhuma transação em blockchain afirmando que os compradores tinham um NFT HitPiece.
Após fortes repercussões negativas, a plataforma pediu desculpas aos usuários nessa quarta-feira (2). “Claramente, atingimos um ponto sensível e estamos ansiosos para criar uma experiência ideal para fãs de música”, escreveu a plataforma no Twitter.
“Para deixar claro, os artistas são pagos quando bens digitais são vendidos na HitPiece. Assim como todos os produtos beta, continuamos ouvindo o feedback de nossos usuários e estamos comprometidos em aprimorar o produto para atender às necessidades dos artistas, gravadoras e fãs”.
Não está claro qual direção a plataforma irá tomar a partir de seu estágio atual. Porém, usuários esperam que, com a polêmica envolvendo o modelo de negócios da HitPiece, seja colocado um foco maior nos artistas afetados pela plataforma.
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