Caio Mesquita: Não fique bravo, fique com tudo

Caio Mesquita, Empiricus

“O fato é que estamos progressivamente ficando dependentes da tecnologia que invadiu nosso dia a dia, transformando os nossos hábitos, não necessariamente para melhor”, escreve (Imagem: Divulgação/Empiricus)

Escrevo esta coluna após ler a notícia de que a 💥️Binance, a exchange de criptomoedas do sino-canadense Changpeng Zhao, adquiriu uma participação relevante na Forbes, tradicional publicação de negócios e conhecida pelos seus rankings dos bilionários.

A participação no capital da revista veio através do investimento de US$ 200 milhões em um 💥️SPAC, veículo que possibilitará a abertura de capital da Forbes.

 Ao 💥️anunciar o negócio, a Binance explicou o caráter estratégico da aquisição. Segundo a empresa, a Forbes ajudará na construção de um entendimento melhor sobre a tecnologia blockchain e de ativos digitais.

 O negócio se junta a uma longa lista de transações envolvendo grandes grupos empresariais e ativos de mídia, principalmente veículos de imprensa, invariavelmente fragilizados pelas mudanças de hábitos de seus leitores após o advento da internet.

Nos Estados Unidos, em especial, empresas ou empresários de tecnologia têm sido responsáveis pelas principais aquisições de veículos de imprensa. Antes de Changpeng Zhao, Jeff Bezos (Amazon) e Marc Benioff (Salesforce) compraram o jornal The Washington Post e a revista Time, respectivamente.

A potência financeira da turma do Vale do Silício impressiona.

Ao olhar o 💥️ranking, precisamos descer uma dúzia de posições antes de chegar à primeira empresa industrial, no caso, a Johnson & Johnson. Antes que você reclame, tiro a Tesla dessa categoria já que suas métricas de valorização seguem claramente uma lógica tech.

Partindo da premissa que o valor de uma empresa é produto da própria criação de valor à sociedade derivada da comercialização de seus bens e serviços, deveríamos estar testemunhando um formidável aumento na riqueza das famílias nessas duas últimas décadas de revolução tecnológica.

Infelizmente, os números indicam o contrário.

Tomando os próprios Estados Unidos como referência, verificamos que a renda das pessoas andou de lado desde o início do século.

Pois bem. Se ajustada pela inflação a renda das famílias não evoluiu em nada desde o surgimento das gigantes techs, para onde foram os enormes ganhos de produtividade que deveríamos estar usufruindo a partir de tantas inovações tecnológicas?

O fato é que estamos progressivamente ficando dependentes da tecnologia que invadiu nosso dia a dia, transformando os nossos hábitos, não necessariamente para melhor.

Gastamos tempo demais nos nossos celulares. Diariamente, as pessoas ficam quase 💥️duas horas e meia nas redes sociais, não exatamente a atividade mais produtiva que podemos exercer.

O valor de mercado de Apple, Google e Microsoft demonstra que, além de tempo, gastamos dinheiro com tecnologia. Como dinheiro atrai dinheiro, um enorme fluxo de capital, impulsionado por políticas monetárias e fiscais expansionistas, tem sido direcionado a esses ativos, elevando os preços dessas ações a níveis estratosféricos.

Uma parte desse capital, antecipando o movimento de alta nos juros a ser promovido pelo Federal Reserve, começa a refluir, causando pressão vendedora nas ações tech.

A correção no índice Nasdaq, caindo mais de 12% desde seu pico em novembro do ano passado, pode prosseguir enquanto houver incertezas quanto à duração e à profundidade no ciclo de alta de juros. 

A pressão negativa nos preços parece ser conjuntural e transitória, posto que parecemos irreversivelmente destinados a integrar progressivamente a 💥️tecnologia em nossas vidas

Tal como meus pais e avós criticavam meu tempo de infância desperdiçado na frente da TV, eu também me esforço para diminuir a exposição dos meus pequenos aos gadgets e aplicativos. Esforços que têm sido, de maneira geral, em vão. 

Sabendo que meu caso está longe de ser único, muito pelo contrário, entendo que a importância da tecnologia, e das empresas envolvidas, não só deve permanecer, como aumentar.

Se como pai estou preocupado, como investidor sigo interessado nas imensas oportunidades advindas do impacto da 💥️tecnologia nas nossas vidas.

 Como disse um dia Ivana Trump, ao comentar seu litigioso processo de divórcio de Donald Trump: “Don’t get mad, get everything”.

Deixo você agora com os destaques da semana.

Boa leitura e um abraço,

Caio

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