Investidor global vê ganhos adicionais para real e peso chileno
“As moedas latino-americanas permanecem muito baratas nos níveis atuais” (Imagem: Pixabay)
As moedas latino-americanas estão se recuperando após um 2023 sombrio.
Investidores estão aprendendo a conviver com o risco político e focando no aumento dos 💥️juros locais e dos preços de 💥️commodities.
A expectativa é de valorização adicional para pelo menos duas dessas moedas — do 💥️Brasil e do 💥️Chile.
Brasil, Chile e 💥️Peru têm as divisas de melhor desempenho entre os mercados emergentes este ano — uma reviravolta em relação ao ano passado, quando a 💥️América Latina tinha quatro das seis moedas de pior desempenho.
“As moedas latino-americanas permanecem muito baratas nos níveis atuais”, disse Andres Pardo, estrategista-chefe de macroeconomia da América Latina na 💥️XP Investimentos.
A combinação de alta de juros e avaliações reduzidas deve “atrair contas internacionais cheias de dinheiro interessadas em aumentar a exposição regional”.
Pardo destacou o real, que segundo a taxa de câmbio real está cerca de 40% mais barato do que seu valor justo e é uma das moedas especialmente subvalorizadas da região.
Peso colombiano e peso chileno também estão significativamente subvalorizados, segundo ele.
A alta dos preços do cobre e do minério de ferro e as elevações de juros tornam os valores dessas moedas mais atraentes.
Os bancos centrais latino-americanos foram os primeiros a subir juros no ano passado e autoridades no Chile e na Colômbia surpreenderam os mercados com acréscimos substanciais este ano, em preparação para o aperto monetário nos EUA.
O mercado especula sobre aumentos emergenciais de juros nos dois países diante da disparada da inflação.
No Brasil, a 💥️taxa Selic agora em 10,75% é a mais alta em quase cinco anos.
As moedas devem se apreciar ainda mais graças a “avaliações mais atraentes, o auge dos riscos idiossincráticos, ciclos de aperto mais agressivos e preços de commodities mais fortes”, afirmaram os estrategistas Saad Siddiqui e Gisela Brant, do💥️ JPMorgan, em nota enviada a clientes em 10 de fevereiro.
Esses “riscos idiossincráticos” são principalmente políticos. Chile e Peru elegeram governos de esquerda no ano passado e Colômbia e Brasil dão sinais de que vão seguir seus passos em 2022.
O Brasil “é nossa principal escolha para a região tanto em renda fixa quanto em ações” e “um real ainda subvalorizado deve dar suporte aos preços dos ativos (Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
As preocupações dos investidores estão diminuindo, já que os novos líderes de esquerda não parecem inclinados a reverter políticas que sustentam a 💥️economia de livre mercado.
Alta de preços das commodities
Todas as principais moedas latino-americanas subiram este ano. O real registra o maior ganho, de 8,7%, enquanto o peso mexicano, que menos avançou na região, se apreciou 1,3%.
Os preços das commodities podem ser o grande catalisador para valorização adicional.
Enquanto os juros sobem em todo o mundo desenvolvido, a 💥️China intensificou esforços para impulsionar sua economia, anunciando o primeiro corte de juros desde abril de 2023.
O índice de commodities Bloomberg, medido em dólares, subiu 8,7% em janeiro, o maior avanço para o mês desde 1980.
A cotação à vista do minério de ferro se apreciou mais de 16%. O índice estendeu os ganhos em 3,5% este mês, embalado pela alta de 5% do cobre.
Em busca de vencedores
Os investidores preferem particularmente as moedas do Brasil e Chile, que lideram em 2022 o ranking de moedas de 31 países desenvolvidos e emergentes acompanhadas pela Bloomberg.
No Brasil, investidores estrangeiros e locais aceitaram a perspectiva de 💥️Luiz Inácio Lula da Silva voltar à presidência.
Derivativos apontam que o nível de otimismo dos investidores estrangeiros com o real é o maior em quase quatro anos.
Na 💥️B3 (💥️B3SA3), os não residentes compraram R$ 32,5 bilhões em ações em janeiro.
O Brasil “é nossa principal escolha para a região tanto em renda fixa quanto em ações” e “um real ainda subvalorizado deve dar suporte aos preços dos ativos”, escreveram os estrategistas Kathryn Rooney Vera e Gregan Anderson, da Bulltick, na semana passada.
O 💥️Citigroup recomenda o pareamento de posições compradas em moedas do Chile, Brasil e Uruguai com uma “posição vendida menor em pesos colombianos”.
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