Pedro Serra: O que falta para Eletrobras (ELET3) ser a grande protagonista no setor elétrico de novo?

Eletrobras

“A capitalização da Eletrobras é um processo necessário para a companhia, para o país e fundamental para o destravamento do valor de suas ações”, escreveu o analista (Imagem: REUTERS/Pilar Olivares)

Recentemente, tivemos a aprovação de uma importante etapa do processo de capitalização da 💥️Eletrobras (💥️ELET3): o aval por parte do 💥️Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a modelagem econômico-financeira da companhia.

Embora ainda faltem algumas etapas para a conclusão do processo, o avanço da primeira avaliação feita pelo TCU torna a realização do processo dentro do prazo legal, até 14 de maio, mais factível.

Fator positivo para Eletrobras, e por conseguinte, aos seus acionistas, que debaterão no próximo dia 22/02 em Assembleia Geral Extraordinária (AGE), questões como o valuation de Itaipú, bem como a separação da hidrelétrica binacional e a Eletronuclear.

Para seguir com a oferta de ações, ainda faltam algumas etapas:
1º a próxima AGE;
2º a entrega da 2ª tranche de documentos de suporte por parte do BNDES;
3º uma revisão da outorga por parte do Conselho Nacional de Pesquisa Energética (CNPE) e;
4º a 2ª deliberação do TCU.

Embora a ampla vantagem da 1ª aprovação não garanta que a 2ª passagem da proposta no TCU vá ser tranquila, o vencimento desta primeira etapa mitigou, em parte, o medo do mercado quanto à passagem do processo no tribunal, sobretudo após a solicitação de vista ocorrida quando da primeira avaliação.

Sem entrar demasiadamente no mérito da revisão, acredito que o tribunal esteja correto em não considerar separadamente o valor da potência no valuation da companhia, uma vez que ao considerar os preços de longo prazo atribuídos, o modelo já considera este componente, mesmo sem separá-lo da energia.

Ademais, embora seja um componente relevante, não é praxe adicioná-lo à parte em processos de valoração de empresas elétricas no Brasil, uma vez que ainda não há um mercado maduro para potência no país, muito menos um mecanismo de formação de preços verossímeis plenamente desenvolvido e aceito por reguladores e agentes de mercado.

A capitalização da Eletrobras é um processo necessário para a companhia, para o país e fundamental para o destravamento do valor de suas ações.

Entretanto, como todo projeto de grande porte, ele é cercado de assimetrias e “jabuticabas” que podem reduzir os efeitos positivos de seu resultado, como a necessidade de contratação termelétrica, as quais classificamos como relevante no fomento ao desenvolvimento do país, mas assim como a necessidade de contratação de PCHs, dispositivos indenizatórios e outros adendos, mereciam um outro foro de discussão.

A existência de tais dispositivos, ainda que exóticos, não injustifica a capitalização e não elimina seus benefícios. Se o processo efetivamente andará ou não, apenas o tempo irá dizer.

No entanto, é possível auferir que o desenvolvimento do país em muito dialoga com o retorno da capacidade de investimentos da companhia que concentra 30% da sua capacidade de geração e 45% da transmissão.

Ao lembrarmos que a Eletrobras não vence um leilão de geração ou transmissão no país a quase uma década, fica mais simples visualizar que a capitalização é a oportunidade de trazer de volta à Eletrobras o seu protagonismo de outrora no setor elétrico nacional.

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