Se o incêndio do petróleo por Putin garantir safra etanoleira, ainda não será no começo

Usina Santa Adelia RenovaBio Créditos de carbono

Mix das usinas ainda não mostra muita clareza às portas das safra (Imagem: Reprodução/Usina Santa Adélia)

Em poucos dias as primeiras usinas começam a funcionar no Centro-Sul na safra canavieira 22/23 e vão pegar um panorama muito incerto em relação ao petróleo, pelas implicações do conflito na Ucrânia e sanções à Rússia. Como fica o mix, se mais 💥️açúcar ou mais 💥️etanol, talvez seja a resposta mais aguardada.

Há a questão do volume de cana disponível pesando na decisão – “mais que isso [petróleo] é o tamanho da safra”, diz o CEO da Canaplan, Luiz Carlos Carvalho -, mas o tempo não para, especialmente para as unidades menos modernas, com mais dificuldades de virar a chave para um ou para outro produto ao longo da campanha.

A 💥️Unica, que representa as empresas, não costuma traçar projeções, mesmo assim disse que o volume de cana ainda é incerto e dificulta uma radiografia.

De um modo ou de outro, o setor vai ter que trabalhar com o que se sabe até aqui, em torno de 560 milhões de toneladas de 💥️cana, praticamente consenso entre os ouvidos por 💥️Money Times, algo entre 6,5% e 7% acima da ruim última colheita.

O que é difícil de não considerar é que se até janeiro, e mesmo no começo de fevereiro, se projetava um barril de 💥️petróleo a US$ 100 até o segundo semestre, essa marca já passou em US$ 10 junto com as tropas da Rússia.

E dificilmente volta muito para trás, em caso de alguma forma de paz e contando com a oferta russa, ou pela desova dos estoques de Estados Unidos e China & ou, inclusive, por algum gesto de aumento do bombeamento pelos árabes, improvável até aqui.

Só que tem a 💥️Petrobras (💥️PETR4) no meio do caminho, sempre mantendo uma considerável defasagem nos repasses para a gasolina, que tira um pouco do ímpeto do concorrente renovável, enxerga Alexandre Figliolino, consultor da MB Agro.

Matéria-prima de fornecedor

Mesmo assim, Ricardo Pinto, da RPA Consultoria, diz estar vendo usinas entusiasmadas com a possibilidade de bons preços para o etanol, “o que deve enxugar, sim, parte da cana que poderia ir para o açúcar”.

Um dos casos que ele nota nessa direção é que a usinas estão tentando garantir cada vez mais matéria-prima, com cana de fornecedor sendo contratada a valores superiores à cana própria das indústrias, repetindo o ano passado, embora pela quebra ocasionada pela seca.

Figliolino, ex-diretor do Itaú BBA, por sua vez acredita que as usinas estejam programadas para seguirem com mais açúcar, como foi a safra 21/22, por preços mais atraentes da commodity e um nível de déficit global “ligeiro” de 2 a 3 milhões de toneladas, mas que sustenta cotações.

Nessa conta de mais açúcar, se considera os cerca de 65%, aproximadamente, já fixados externamente, ou seja, negociados acima de US$ 2,1 mil a tonelada, dentro da previsão inicial de 25 milhões de toneladas de exportações.

Ele, no entanto, não descarta que o “quadro energético mundial esta bastante estressado e pode levar a mudança de mix ao longo da safra”, ou seja, projetando a temporada de colheita até novembro ou dezembro.

De quase certeza para a temporada que começa, é que as usinas poderão faturar mais com os dois principais derivados da cana.

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