Mulheres no topo: Para executiva da Nestlé, ter coragem é a chave para uma carreira de sucesso
Helen Andrade, gerente executiva de Diversidade & Inclusão da Nestlé no Brasil, dá dicas profissionais visando o Dia Internacional das Mulheres (Imagem: Divulgação/Tibiko Zerolux)
O Dia Internacional da Mulher, celebrado no dia 8 de março, é uma data que deve ir além das flores e chocolates.
Sua comemoração anual é pautada na celebração das conquistas das mulheres ao longo dos últimos séculos, mas também serve como um alerta sobre os graves problemas de gênero ainda presentes na sociedade.
Segundo a 💥️ONU Mulheres, organização das Nações Unidas dedicada à igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres, elas são Chefas de Estado ou de Governo em 22 países e apenas 24,9% dos parlamentares nacionais são mulheres.
No atual ritmo de progresso, a igualdade de gênero entre Chefes de Governo levará mais 130 anos.
Buscando diminuir esse tempo, executivas das maiores empresas do país e do mundo seguem atentas a essas problemáticas.
Uma dessas mulheres é 💥️Helen Andrade, diretora do Movimento pela Equidade Racial (Mover), e executiva com mais de 17 anos de experiência. Atualmente, Andrade é gerente executiva de Diversidade & Inclusão da 💥️Nestlé no Brasil.
Na Nestlé ela está à frente de um centro de competência em gestão de pessoas dedicado exclusivamente a alavancar a diversidade de pensamento e impulsionar a criatividade e a inovação.
Além disso, é diretora do Mover, que tem o propósito de promover ações de diversidade, equidade e inclusão que contribuam para reduzir a desigualdade e combater o racismo estrutural no mercado de trabalho no Brasil.
Com base em sua experiência, Helen dá dicas para quem quer impulsionar sua carreira e se preparar para um mundo mais inclusivo. E, mais do que isso, ela reflete sobre sonhos profissionais, sucesso, inclusão e — claro —, o Dia Internacional da Mulher.
O Dia Internacional das Mulheres é celebrado anualmente no dia oito de março (Imagem: Simon Maage/Unsplash)
Mulheres no topo não significa renegar sonhos
Para Helen, sucesso se resume à felicidade.
Isso, segundo ela, vale tanto para a vida profissional quanto para a pessoal. Ela defende que o cargo que uma pessoa ocupa não é determinante para a sua felicidade — ou, como ela diz, “pelo menos não deveria ser”.
“Eu sempre quis ter tudo e eu acredito que tudo é possível”, diz Helen, que acredita que seu sucesso está estabelecido em ter alcançado seus objetivos de ter uma carreira corporativa e se casar e ter filhos.
Ela considera ultrapassado pensar que, como mulher, é necessário, atualmente, escolher entre uma carreira ou construir uma família.
“Eu de verdade acredito que a gente tem a condição, a capacidade de estar de verdade onde a gente quiser estar e conquistar tudo que a gente quiser conquistar, tanto no pessoal quanto no profissional. A gente não tem mais que fazer escolhas. A gente pode escolher o ‘e’ e não o ‘ou’”, afirma a executiva.
Dia das mulheres é todo dia
Para Andrade, temas levantados no 8 de março, como igualdade de gênero, são assuntos que precisam ser abordados todos os dias.
“A gente precisa falar o ano todo e precisa agir o ano todo, para que a gente tenha um ambiente mais igualitário em oportunidades para todas as pessoas”, ressalta a executiva da Nestlé.
A gerente executiva de Diversidade & Inclusão ressalta essa importância de falar e agir o ano todo, pois a data serve para fomentar o debate. “Não é só pensar no avanço, mas também no reprocesso”, afirma ela.
Outras questões, como violência contra a mulher, feminicídio e educação, são fundamentais para serem debatidas no dia 8 de março.
“A gente precisa realmente de ações na sociedade que preservem a vida das mulheres e é óbvio que são em todos os segmentos. Queremos que essas mulheres tenham a oportunidade de educação, de segurança e de trabalho”, conclui Andrade.
A executiva Helen Andrade ressalta a importância da coragem para o desenvolvimento profissional (Imagem: Sammie Chaffin/Unsplash)
Políticas de inclusão efetivas para as mulheres
“A gente precisa se transformar junto com o mundo”, sintetiza a executiva.
Para ela é um momento de mundo e corporativo vantajoso com mais oportunidades para uma mulher que está buscando uma 💥️recolocação ou colocação profissional.
Nesse sentido, a dica mais importante, para ela é ser o mais genuíno possível na hora de buscar essas oportunidades: “quando a gente está buscando uma oportunidade, precisa ser o mais genuíno possível”.
“Não tenha medo de dizer a verdade, não a esconda, porque, se aquele lugar não te aceitou, não era o lugar para você estar, nem para você construir sua carreira”.
Ela evidencia que dar esse conselho é uma tarefa difícil sabendo da situação do 💥️Brasil em que muitos buscam um trabalho para garantir sua sobrevivência.
Dicas profissionais e para a vida
No início da sua 💥️carreira Helen recebeu um conselho que hoje passa para frente.
“Minha gestora da época me disse que competência técnica você aprende. Habilidade de comunicação, de articulação, de influência — tudo isso você aprende com o tempo. Mas o que é fundamental é ter coragem”, comenta.
Essa coragem, explica Helen, significa seguir adiante mesmo com medo. “É transpor os seus obstáculos e limites, levantar da cadeira e falar com a pessoa que pode te ajudar em um determinado projeto na companhia”, exemplifica ela.
Atrelada à coragem, são necessários o preparo e o estudo, segundo Helen.
O estudo, para ela, vai além do acadêmico. “Está também na coragem de se conhecer, para saber o quanto pode contribuir”, diz.
Para ela, isso foi essencial para conquistar o cargo que ocupa atualmente na Nestlé.
“Quando eu entrei na Nestlé não tinha uma vaga na posição que eu estou hoje. Eu busquei uma oportunidade. Eu sabia o quanto eu poderia contribuir, falei sobre o quanto poderia contribuir e a oportunidade aconteceu. Eu a busquei e ela aconteceu por conta da minha iniciativa.”
O que Helen ensina, assim como muitas outras mulheres, para esse dia 8 de março que se aproxima é ter coragem.
Relembrando Guimarães Rosa, “o que a vida (e a nossa carreira) quer da gente é coragem”.
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