Pré-Mercado: Toda hora alguma coisa pior que a outra; repercutindo o novo lockdown chinês
Copom e Fomc dão início às suas respectivas reuniões | O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel (2001)
💥️Oportunidades do dia
Live hoje às 9h
Daqui a pouco, Beatriz Nantes, COO do grupo Empiricus/Vitreo, entrará ao vivo ao lado do Felipe Miranda, CIO da Empiricus, para conversar com você sobre qualquer assunto ligado a investimentos, tirar suas dúvidas e muito mais.
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Trade do dia
JHSF3: [Entrada] R$ 5.21; [Alvo parcial] R$ 5.41; [Alvo] R$ 5.74; [Stop] R$ 4.82
Joe DiNapoli: Criada pelo trader americano que dá nome a essa estratégia, é um setup seguidor de tendência que busca encontrar o início de um pivot de alta (formação gráfica em que o preço de um ativo supera a máxima do topo anterior após dois fundos ascendentes).
Observações:
1) Esta recomendação é válida apenas para o pregão de hoje.
2) Caso haja um gap de alta na abertura, considerar este como novo preço de entrada.
3) Assim que o alvo parcial for atingido, o stop deve ser colocado no preço de entrada.
4) Se o valor do stop for atingido primeiro, a operação deve ser encerrada imediatamente.
💥️Bom dia, pessoal
A manhã de terça-feira (15) não está soando bem para os mercados internacionais. Apesar de surpreender positivamente com dados fortes de produção industrial e vendas no varejo, a China está chamando mais atenção negativamente por conta do novo lockdown para enfrentar o aumento de casos de Covid. Consequentemente, as empresas chinesas listadas em Hong Kong tiveram seu pior dia desde a crise financeira de 2008.
Os mercados europeus acompanham o movimento ruim para ativos de risco, em meio à incerteza em relação ao processo inflacionário e ao apoio chinês aos russos. Nem os dados chineses puderam tranquilizar os investidores com a noção de que talvez as cadeias de suprimentos globais não estejam tão ruins como pensávamos — o entendimento é de que as atuais restrições terão um impacto muito prejudicial.
Os futuros americanos também não têm um bom dia, com investidores apreensivos com o início da reunião do Federal Reserve. O Brasil está no mesmo contexto, pressionado pela volatilidade das commodities, em especial o petróleo e o minério de ferro. Um alívio poderia vir da retomada nesta manhã das conversas entre representantes russos e ucranianos, entendidas como promissoras.
A ver…
No aguardo da decisão do Copom
A terça-feira tem um ar de compasso de espera pela Super Quarta, que contém as decisões de política monetária do Brasil e dos EUA. Por aqui, temos o início da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que deverá elevar em 100 ou 125 pontos-base a taxa de juros básica da economia brasileira.
Enquanto isso, o mercado local fica tensionado pela piora nas projeções para o IPCA no relatório Focus, em meio a protestos contra o reajuste dos combustíveis, e pelas ameaças fiscais de uma possível elevação do Auxílio Brasil, para compensar as recentes altas dos combustíveis.
Ainda sobre inflação, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, se reúne com empresários no Canadá para tratar de fertilizantes — alívio nos preços dos alimentos poderão ser bem vistos pelo mercado.
No âmbito internacional, devemos ter reações negativas de Vale e Petrobras hoje, que se movimentam em função das baixas do petróleo e do minério por conta dos lockdowns na China e da consequente ameaça de choque nas cadeias de insumo.
Quem aí pediu preços ao produtor?
Hoje, o mercado americano espera a divulgação do índice de preços ao produtor de fevereiro. Espera-se que o PPI salte 10% na comparação anual (o maior aumento registrado desde que os dados de 12 meses foram calculados pela primeira vez, em 2010), enquanto o núcleo do PPI, que exclui os preços voláteis de alimentos e energia, deve subir 8,7% — uma aceleração frente aos aumentos em janeiro.
O dado ainda não contempla os efeitos da guerra na Ucrânia, o que tira um pouco de sua relevância, mas ainda assim mostra como os preços já estavam pressionados mesmo antes do choque na cadeia de suprimentos energéticos. Enquanto isso, os rendimentos dos títulos continuam subindo, já que o Comitê Federal de Mercado Aberto começa sua reunião de política monetária hoje.
Os investidores estão quase certos de um aumento de 25 pontos-base para quarta-feira (16). O mais importante, porém, será o comunicado que acompanha a decisão, bem como o famoso gráfico de pontos com as expectativas dos dirigentes da autoridade monetária para os juros nos próximos anos.
Ontem (14), em um movimento claro de ansiedade para a conclusão da reunião na quarta, o rendimento do título do Tesouro de dez anos subiu 14 pontos-base no dia, para 2,139%, seu nível mais alto desde 11 de junho de 2023.
Holofotes sobre a China
Hoje, os investidores se preocupam com a China por duas razões. A primeira delas se relaciona à resposta chinesa ao conflito na Ucrânia. Alguns relatos sugerem que os EUA acreditam que a China está “aberta” para fornecer equipamentos militares à Rússia, o que poderia tensionar ainda mais as relações ocidentais com a Eurásia.
A segunda está associada ao isolamento, por conta do surto de casos de Covid-19, de mais de 17 milhões de pessoas, distribuídas entre as regiões de Shanghai e de Shenzhen, um importante centro financeiro e tecnológico — a parte continental da China está atualmente sofrendo seu pior surto de Covid desde o início da pandemia.
A combinação de crescentes casos de Covid na China, repressão regulatória e relacionamento acolhedor de Pequim com uma Rússia fortemente sancionada jogou as ações asiáticas no chão. Consequentemente, o fechamento de fábricas chinesas pode ter efeitos desagradáveis em toda a economia global.
É um sinal preocupante para uma economia global que espera ir além da pandemia. Trata-se de uma má notícia para a cadeia de suprimentos global ainda cambaleante. Se houver continuidade dos novos desafios da Covid em Shenzhen, isso resultará em problemas globais na fabricação e fornecimento de produtos, gerando mais inflação.
Anote aí!
Na Europa, os dados do mercado de trabalho do Reino Unido mostraram menor desemprego e aumentos salariais modestos. Os investidores aguardam a pesquisa de opinião ZEW da Alemanha e a fala da presidente do BCE, Christine Lagarde. Ainda no exterior, contamos com o relatório mensal da Opep sobre o mercado e o PIB do G20 do quarto trimestre pela OCDE. Nos EUA, os dados mais importantes são os preços ao produtor e o índice de atividade industrial. Por fim, no Brasil, seguimos com nossa temporada de resultados, enquanto esperamos a conclusão do Copom.
Muda o que na minha vida?
Os países ocidentais acumularam sanções financeiras para punir a Rússia. Os EUA e o Reino Unido foram ainda mais longe e cortaram as suas relações energéticas com o país (os americanos de imediato e os britânicos gradualmente nos próximos meses).
A medida, porém, é super polêmica, em especial para a Europa. Basicamente, o petróleo representa um terço da economia da Rússia, e o Ocidente ainda está comprando seu petróleo e gás em peso. A Europa depende da Rússia para mais de 40% de seu fornecimento de gás (hoje, as fontes renováveis conseguem atender menos de um quinto das necessidades energéticas europeias).
Para ilustrar, a Alemanha, que é mais dependente da Rússia, disse que suas luzes “se apagarão” caso siga o mesmo caminho dos americanos.
Os EUA, por outro lado, são o maior produtor mundial de petróleo (um quinto da oferta global) e não precisam receber muito da Rússia, o que permitiu que a medida fosse tomada. Ao mesmo tempo, os americanos também são os maiores consumidores de petróleo, consumindo mais do que produzem, o que gera pressão de preços.
Neste contexto, o foco do Ocidente está mudando para a independência energética, quando um país produz combustível suficiente para atender às suas próprias necessidades e elimina a dependência de energia estrangeira. A longo prazo, isso pode significar expandir drasticamente as fontes renováveis e de emissão zero, como nuclear e hidrogênio. Vale destacar como momentos de crise aceleram mudanças.
Um abraço,
Jojo Wachsmann
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