Copom eleva Selic em 1 ponto percentual, para 11,75% ao ano

Selic; dinheiro; inflação

Copom elevou Selic em um ponto percentual, a 11,75% (Imagem: Freepik)

O 💥️Comitê de Política Monetária (Copom) do 💥️Banco Central (BC) elevou a 💥️taxa básica de juros (Selic) para 11,75% nesta quarta-feira (16) — o nono aumento desde março do ano passado.

Isso representa uma alta de um ponto percentual em relação à Selic anterior, que estava em 10,75%.

A última vez em que a Selic esteve na casa dos dois dígitos foi no ano de 2016. Quando o ex-presidente 💥️Michel Temer (MDB) assumiu o governo após o impeachment da ex-presidente 💥️Dilma Rousseff (PT), a taxa básica de juros estava em 14,25%.

A partir de outubro, durante o seu governo, ela começou a cair até que atingisse a mínima histórica dos 2% em agosto de 2023. Permaneceu desta forma até março, quando foi elevada para 2,75% e vem subindo desde então.

A Selic voltou a ter dois dígitos em fevereiro, quando o Copom anunciou no dia 2 o aumento de 1,5 ponto percentual, elevando a taxa de 9,25%, na ocasião, para 10,75%.

A escalada de altas da taxa de juros tem sido uma resposta do Banco Central à 💥️inflação, que superou o previsto, e agora passa a ter mais um elemento a ser considerado: os impactos da guerra entre 💥️Rússia e Ucrânia em todo o mundo.

A inflação para fevereiro no país ficou em 1,01%, 0,47 ponto percentual acima do registrado em janeiro (0,54%). Foi a maior variação para um mês de fevereiro desde 2015.

Com isso, no ano, o 💥️Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumula alta de 1,56% e, nos últimos 12 meses, de 10,54%.

Veja comunicado:

Em sua 245ª reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic para 11,75% a.a.

A atualização do cenário do Copom pode ser descrita com as seguintes observações:

O Comitê ressalta que, em seus cenários para a inflação, permanecem fatores de risco em ambas as direções.

Por um lado, uma possível reversão, ainda que parcial, do aumento nos preços das commodities internacionais em moeda local produziria trajetória de inflação abaixo dos seus cenários.

Por outro lado, políticas fiscais que impliquem impulso adicional da demanda agregada ou piorem a trajetória fiscal futura podem impactar negativamente preços de ativos importantes e elevar os prêmios de risco do país.

Apesar do desempenho mais positivo das contas públicas, o Comitê avalia que a incerteza em relação ao arcabouço fiscal mantém elevado o risco de desancoragem das expectativas de inflação, mas considera que esse risco está sendo parcialmente incorporado nas expectativas de inflação e preços de ativos utilizados em seus modelos. O Comitê segue considerando uma assimetria altista no balanço de riscos.

Considerando os cenários avaliados, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa básica de juros em 1,00 ponto percentual, para 11,75% a.a. O Comitê entende que essa decisão reflete a incerteza ao redor de seus cenários e um balanço de riscos com variância ainda maior do que a usual para a inflação prospectiva, e é compatível com a convergência da inflação para as metas ao longo do horizonte relevante, que inclui os anos-calendário de 2022 e, principalmente, o de 2023. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego.

O Copom considera que, diante de suas projeções e do risco de desancoragem das expectativas para prazos mais longos, é apropriado que o ciclo de aperto monetário continue avançando significativamente em território ainda mais contracionista.

A atuação do Comitê visa combater os impactos secundários do atual choque de oferta em diversas commodities, que se manifestam de maneira defasada na inflação. As atuais projeções indicam que o ciclo de juros nos cenários avaliados é suficiente para a convergência da inflação para patamar em torno da meta ao longo do horizonte relevante. O Copom avalia que o momento exige serenidade para avaliação da extensão e duração dos atuais choques. Caso esses se provem mais persistentes ou maiores que o antecipado, o Comitê estará pronto para ajustar o tamanho do ciclo de aperto monetário. O Comitê enfatiza que irá perseverar em sua estratégia até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas.

Para a próxima reunião, o Comitê antevê outro ajuste da mesma magnitude. O Copom enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar a convergência da inflação para suas metas, e dependerão da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação para o horizonte relevante da política monetária.

Votaram por essa decisão os seguintes membros do Comitê: Roberto Oliveira Campos Neto (presidente), Bruno Serra Fernandes, Carolina de Assis Barros, Fernanda Magalhães Rumenos Guardado, Maurício Costa de Moura, Otávio Ribeiro Damaso e Paulo Sérgio Neves de Souza. 

*Valor obtido pelo procedimento usual de arredondar a cotação média da taxa de câmbio USD/BRL observada nos cinco dias úteis encerrados no último dia da semana anterior à da reunião do Copom.

**Valores em torno da média dos preços do petróleo vigentes na semana anterior à reunião do Copom e 2% de variação ao ano a partir de então.

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