Dólar acompanha exterior avesso a risco e sobe ante real, a caminho de marcar ganho na semana

Dólar

Às 10:34 (de Brasília), o dólar à vista avançava 0,76%, a 5,0756 reais na venda (Imagem: Pixabay/tinchoinfante)

O 💥️dólar avançava contra o 💥️real nesta sexta-feira, acompanhando recuperação da divisa norte-americana no exterior em dia de menor apetite por risco, conforme investidores avaliavam as perspectivas para a política monetária do 💥️Federal Reserve e monitoravam os desdobramentos envolvendo a guerra na 💥️Ucrânia.

💥️Às 10:34 (de Brasília), o dólar à vista avançava 0,76%, a 5,0756 reais na venda.

Com a aceleração de seus ganhos ante a mínima do dia, de 5,0383 reais, o dólar ficava a caminho de marcar seu primeiro ganho semanal desde a semana finda em 25 de fevereiro, depois de fechar a última sexta-feira em 5,0540 reais.

💥️Na B3, às 10:34 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,60%, a 5,0930 reais.

No exterior, o índice do dólar contra uma cesta de moedas fortes subia 0,66%, recuperando-se de perdas da véspera, enquanto divisas emergentes ou sensíveis a commodities & características compartilhadas com o real& tinham desempenho misto.

As ações europeias e os futuros de 💥️Wall Street, por sua vez, apresentavam queda, com a falta de progresso tangível nas negociações de paz entre 💥️Rússia e 💥️Ucrânia amargando o sentimento de risco nesta manhã.

Felipe Izac, sócio da Nexgen Capital, também chamou a atenção para a cautela dos investidores antes de conversa entre os presidentes de Estados Unidos,💥️ Joe Biden, e 💥️China, 💥️Xi Jinping, para discutir a guerra, com expectativa de que o líder norte-americano alerte para as consequências de eventual apoio chinês à Rússia.

Investidores reagiam ainda a comentários duros de uma autoridade do banco Central norte-americano, James Bullard, que pediu nesta sexta-feira um aumento dramático na taxa básica de juros do Fed para mais de 3% neste ano, um passo que ele acredita ser necessário para domar a inflação.

Sua postura é bem mais agressiva que a adotada pelo Federal Reserve na quarta-feira, quando elevou os juros em 0,25 ponto percentual. Bullard foi contra o ajuste promovido, e diz ter defendido alta de 0,5 ponto. Guinadas mais duras do banco central norte-americano são vistas como impulso global para o dólar.

Para esta sessão, Izac lembrou que ativos tanto locais quanto internacionais podem sofrer volatilidade em dia de vencimento de opções na bolsa brasileira e evento conhecido como “quadruple witching” nos Estados Unidos, que marca o vencimento de opções e futuros sobre ações e índices de ações.

Apesar da valorização desta sexta-feira, o especialista disse que, olhando para um horizonte de curto a médio prazo, ainda enxerga potencial de queda do dólar, talvez a patamares abaixo da barreira psicológica de 5 reais.

“Sempre acabamos voltando para mesmo ponto: a alta dos juros por aqui acaba apreciando o real”, afirmou, também apontando a disparada nos preços das commodities desde o final de fevereiro, devido à guerra na Ucrânia, como impulso para a divisa local.

Com a Selic atualmente em 11,75% ao ano, “nossa taxa de juros está entre as maiores do mundo, e fica atrás apenas de países como Argentina e Rússia, muito arriscados” e com taxas de inflação elevadas que tornam o juro real negativo. “O Brasil, por outro lado, ainda é bom de se investir.”

Juros mais altos elevam a rentabilidade do mercado de renda fixa local, o que tende a intensificar o ingresso de dólares no Brasil e, consequentemente, reduzir o valor da moeda norte-ameircana.

Sobre os riscos de médio prazo para o mercado de câmbio local, Izac destacou a possibilidade de conduta mais agressiva do Fed no aperto da política monetária, que poderia gerar fuga de capital de países emergentes, e o risco de uma crise de liquidez global caso a Rússia continue enfrentando dificuldades para pagar sua dívida externa.

Na quinta-feira, o país atingido por sanções ocidentais conseguiu fazer o pagamento de cupons de títulos soberanos que venciam nesta semana, mas enfrenta mais obrigações ao longo deste ano. Eventual calote da Rússia afetaria credores que vão de grandes bancos até pessoas físicas, disse Izac, o que teria consequências nos ativos globais.

O dólar negociado no mercado interbancário fechou o último pregão em baixa de 1,07%, a 5,0373 reais.

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