Exportação de café do Brasil deve crescer 3% em 202223, diz Safras
A Safras havia divulgado sua estimativa de produção do Brasil para 2022/23 na última semana, estimando uma alta de 8% ante a temporada atual, para 61,1 milhões de sacas (Imagem: Pixabay/danramirez)
A exportação de 💥️café do 💥️Brasil deverá crescer 3% na temporada 2022/23 (julho/junho), para 39,25 milhões de sacas de 60 kg, após uma queda acentuada na temporada atual (2021/22), à medida que a safra de arábica brasileira estará em seu ano de alta produtividade, de acordo com avaliação da consultoria 💥️Safras & Mercado nesta quarta-feira.
Em 2023/22, a exportação deverá cair 18% na comparação com o recorde do ciclo anterior, segundo números da consultoria, após a safra do Brasil ter sido atingida por seca e geadas, com impacto também na colheita que deve começar nos próximos meses.
A Safras havia divulgado sua estimativa de produção do Brasil para 2022/23 na última semana, estimando uma alta de 8% ante a temporada atual, para 61,1 milhões de sacas, volume que representa, contudo, um recuo de 12% ante o recorde de 2023, o último ano de alta no ciclo do arábica.
“Vemos que o crescimento da oferta do Brasil é limitado, não permite grande sobra na oferta mundial, tanto que a exportação cresce 3%… o que limita a correção nos preços”, disse o analista Gil Barabach, durante evento online nesta quarta-feira.
Ele lembrou que o mercado global de café vem passando por correção de preços após máximas em mais de 10 anos em Nova York em fevereiro, movimento este que foi acentuado pela guerra na 💥️Ucrânia, com fundos migrando investimentos para o segmento de grãos.
No início de fevereiro, o café arábica negociado em Nova York teve o maior patamar desde 2011, cotado a cerca de 2,60 dólares por libra-peso, enquanto vem sendo negociado nesta semana a cerca de 2,27 dólares.
Barabach comentou que o mercado já precificou a safra brasileira abaixo do potencial em 2022 e adota uma tendência de maior fraqueza.
“Sem novidades fundamentais, o mercado assume novo traçado, atingiu um pico e vive um momento de correção”, declarou ele, ponderando que o crescimento relativamente pequeno da oferta do Brasil, maior player global, atua como limitante de uma queda mais acentuada.
“Em 2022 não tem grande folga na oferta mundial, principalmente do Brasil, a principal origem”, reforçou.
Com o café arábica com preços relativamente elevados ainda, o movimento de substituição do grão por variedades robusta/conilon deve continuar em 2022, disse o analista.
“Não foi só no Brasil que a indústria colocou mais conilon no ‘blend’, para tentar equacionar custos, a indústria começou a aumentar a fatia de conilon…”, disse.
Ele disse que isso explica uma procura bastante ativa por grãos conilon.
“Como o Brasil deve ter crescimento pequeno (na oferta), esse quadro deve se refletir, talvez mais suave, em 2022. Abre espaço para a indústria pesar um pouco mais na mão do ‘blend’ para reduzir custo, aqui no Brasil e no mercado internacional.”
A Safras estima um ligeiro aumento no consumo de café do Brasil em 2022/23, para 21,6 milhões de sacas, ante 21,4 milhões em 2023/22 e 21,2 milhões em 2023/21.
Com aumentos em 2022/23 no consumo doméstico (+1%) e na exportação (+3) menores do que o aumento esperado da safra (+8), os estoques finais do país na próxima safra devem aumentar 9%, para 2,93 milhões de sacas, ante o esperado para o final do ciclo atual.
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