Ibovespa ladeira abaixo: Após maior queda em 5 meses, até onde vai o tombo?
“A bolsa brasileira está andando em função da renda fixa, tanto internacional quanto nacional”, diz especialista (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)
O 💥️Ibovespa (💥️IBOV) fechou a penúltima semana de abril em queda. Após uma série de altas, na qual o principal 💥️índice da 💥️B3 ultrapassou os 121 mil pontos no primeiro dia de abril — o que acarretou projeções para cima para 2022 —, o Ibovespa entrou em queda livre e se afastou de sua máxima do ano.
O índice fechou esta sexta-feira (22) em 💥️forte baixa de 3,14%, a 110.775 pontos, segundo dados preliminares. O valor registra a maior queda desde 26 de novembro de 2023, quando despencou 3,39%.
O Ibovespa segue a tendência negativa dos mercados globais, à medida que investidores digerem os últimos comentários do presidente do 💥️Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, e seguem avaliando a temporada de resultados.
Na quinta, Powell afirmou que uma 💥️alta de juros mais acelerada seria apropriada para combater a inflação. Ele indicou que uma alta de 0,5 ponto percentual estará em discussão já na próxima reunião de política monetária americana.
O tom mais agressivo por parte do Fed é uma resposta à disparada da 💥️inflação, que atualmente se encontra três vezes maior do que a meta de 2%.
Mas, afinal, por que o Ibovespa desaba ladeira a baixo logo após atingir sua máxima do ano? Até que ponto vai esta queda?
Ibovespa a 121 mil pontos
O primeiro trimestre de 2022 trouxe ventos favoráveis ao Ibovespa. O índice começou o ano 103.922 pontos e, exatamente três meses depois, atingiu sua máxima anual de 121.570 pontos — o que representa uma variação média de 16% no período.
Segundo o portfólio manager da Kilima Asset, Luiz Adriano Martinez, o ciclo de alta foi ocasionado pelo alto fluxo estrangeiro aterrissando na bolsa brasileira, focado em empresas de valor, principalmente de commodities.
Martinez explica que o atual ciclo econômico global é caracterizado por uma 💥️situação de dados positiva para as empresas da bolsa, com perspectivas futuras de desaceleração. “Os recentes resultados apresentados pelas empresa mostram isso, lucros bons, mas guidance mais fraco”, diz.
O especialista diz que nesse ponto, as empresas de valor — de commodities e do setor financeiro —, que não dependem de perspectiva de lucro futuro, costumam performar bem, o que atrai os investidores internacionais e puxa o Ibovespa para o lado positivo.
Ibovespa em queda livre
Com a recente fala do Fed, o cenário se inverteu. O especialista da Kilima Asset afirma que, se o Banco Central dos EUA elevar os juros de forma abrupta, a piora futura das perspectivas pode ser antecipada.
“Se isso acontecer, a lógica de investimento em empresas de valor, deixa de fazer sentido. Os investidores estrangeiros deixam de ter interesse na renda variável brasileira”, afirma Martinez.
Com o fechamento de hoje, já refletindo as falas de Powell, o Ibovespa retornou aos patamares de março. Nos últimos 30 dias, o índice acumula queda de 5,63%.
Quais ações fugir? E quais comprar?
Martinez afirma que, para empresas atreladas ao ciclo doméstico — como as de 💥️varejo, que são impactadas pela 💥️economia brasileira —, o movimento abrupto do Fed leva a um crescimento econômico baixo e as afeta diretamente.
“As empresas desse setor estão baratas, mas estão sem gatilhos. E isso não deve se reverter no curto prazo”, afirma.
O especialista diz que essas empresas só sairão ganhado se, em algum momento, o mercado começar a precificar quedas na taxa de juros, que só acontecerá se tiver um controle na expectativa de elevação da inflação.
Já para as empresas de valor o cenário é oposto. Martinez afirma que as companhias tem gatilho de curto prazo — com 💥️petróleo e 💥️minério de ferro cotados a preços elevados —, mas diz que as ações já estão precificando esses valores. “As ações estão caras, mas estão no ✅momentum, puxado pela inflação elevada”, completa.
Até onde vai a queda do Ibovespa?
Para o especialista, se o Fed elevar de forma gradual os juros, as empresas de valor ganham espaço para valorizar mais, trazendo de volta o fluxo estrangeiro e impulsionando novamente o Ibovespa.
No entanto, se o banco aumentar a taxa de forma abrupta, o cenário se inverte, e a “bolsa não deve voltar as máximas que atingiu no ano”.
As perspectivas mostram que o Fed deve 💥️acelerar e elevar juros para 2% até julho.
“A bolsa brasileira está andando em função da 💥️renda fixa, tanto internacional quanto nacional”, conclui o especialista.
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