‘Risco é que a inflação global continue em alta’, diz Luiz Awazu, diretor-geral do BIS
Luiz Awazu Pereira da Silva foi diretor do Banco Central e secretário no Ministério da Fazenda (Imagem: Marcos Oliveira/Agência Senado)
Diretor-geral adjunto do Banco de Compensações Internacionais 💥️(BIS, uma espécie de banco central dos bancos centrais), 💥️Luiz Awazu Pereira da Silva vê como risco mais importante de longo prazo a 💥️inflação se tornar sistemicamente mais elevada, o que levaria a uma mudança de “regime inflacionário”, saindo do período que ficou conhecido como a “grande moderação”. “Se a dose de aperto (alta dos juros) for insuficiente, ou se políticas fiscais inconsistentes forem adotadas, a inflação pode se consolidar nas expectativas de todos e virar um problema bem maior”, diz ele, que foi diretor do 💥️Banco Central e secretário no💥️ Ministério da Fazenda.
A seguir, os principais trechos da entrevista:
Em que medida a inflação no mundo pode ser importada pelos países emergentes neste ano?
O retorno da inflação tem sido um fenômeno global. Ganhos de eficiência mundial que reduziam custos locais foram revertidos depois da pandemia.
Somente na 💥️Ásia a inflação permaneceu relativamente moderada, pelo menos até recentemente, pois nos últimos meses houve retomada importante na maioria dos países, com exceção da 💥️China e do 💥️Japão.
Em três de cada quatro economias avançadas, a inflação ultrapassa 5%. Em mais da metade dos mercados emergentes, está acima de 7%.
Quais os riscos à frente?
A inflação pode permanecer alta para além deste ano, por causa de problemas na oferta e na produção. O conflito na Ucrânia poderá causar novos aumentos de preços de energia, alimentos e outras commodities, o que levaria a novas altas em preços de bens e serviços. Se houver novos 💥️lockdowns na China, isso causaria problemas adicionais nas cadeias globais de produção. O risco mais importante de longo prazo é o de a inflação se tornar sistemicamente mais elevada, levando a uma mudança de paradigma ou de regime inflacionário, saindo do período que ficou conhecido como a “grande moderação”. Quando a inflação é baixa e estável, naturalmente chama menos atenção e sua influência sobre a formação de salários e preços é menor. Mas, se a alta de preços se torna mais generalizada, esta dinâmica pode mudar, levando a uma espiral inflacionária em que altas de preços e salários se retroalimentam.
Como equilibrar esse dilema, entre mais inflação ou uma possível recessão?
Se os bancos centrais não conseguirem calibrar a sua dose certa de aperto monetário, no tempo certo, para tentar conter tendências inflacionárias de curto prazo, podem acabar induzindo uma queda excessiva de atividade e até uma recessão. E isso deve ser evitado. Se a dose de aperto for insuficiente, ou se políticas fiscais inconsistentes forem adotadas, a inflação pode se consolidar nas expectativas de todos e virar um problema bem maior.
O fluxo de recursos estrangeiros para os emergentes é crescente. Isso vai seguir?
O volume de capital que ia para a Rússia antes da guerra já era muito pequeno. As estatísticas do BIS mostram que os bancos já haviam reduzido pela metade sua exposição àquele país desde 2014. O benefício para outros países desse potencial redirecionamento de fluxos não é significativo. Mais significativo, a longo prazo, é a queda potencial de fluxos de capital para outros países. Não é impossível que, em um mundo geopoliticamente mais fragmentado, os fluxos de comércio e capital se alterem. Alguns mercados emergentes vão sair perdendo, e outros podem se beneficiar.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
💥️✅Disclaimer
O Money Times publica matérias informativas, de caráter jornalístico. Essa publicação não constitui uma recomendação de investimento.
✅💥️Receba as newsletters do Money Times!
✅💥️Cadastre-se nas nossas newsletters e esteja sempre bem informado com as notícias que enriquecem seu dia! O Money Times traz 8 curadorias que abrangem os principais temas do mercado. 💥️Faça agora seu cadastro e receba as informações diretamente no seu e-mail. É de graça!
O que você está lendo é [‘Risco é que a inflação global continue em alta’, diz Luiz Awazu, diretor-geral do BIS].Se você quiser saber mais detalhes, leia outros artigos deste site.
Wonderful comments