Terra (LUNA): o “Hard Fork” pode salvar o projeto?
Será que um Hard Fork é suficiente para salvar a rede?(Imagem: Crypto Times)
Após o colapso da rede 💥️Terra (LUNA), o fundador do projeto, Do Kwon, anunciou um plano para ressuscitar a rede. Um dos pontos deste plano, está a criação de um “Hard Fork” — ramificação da rede a partir do 💥️blockchain original.
Entretanto, muitos especialistas no assunto não querem esse Fork, nem acham que seria a solução da rede Terra.
Atualmente, a 💥️votação para a mudança está indicando que, dos 7.034 votantes, 91% não querem que aconteça a ramificação.
Antes de qualquer Fork, é preciso arrumar a própria casa
Na visão de Paulo Boghosian, analista-chefe de 💥️criptoativos do Traders Club, no geral, o 💥️mercado cripto é um setor que ainda passa por muitos experimentos. Ele comenta que existem diversos projetos ambiciosos que buscam inovar no mercado.
“A Luna, é um ecossistema que cresceu muito rápido com um objetivo bem ambicioso de fazer uma stablecoin algorítmica. O crescimento foi gigante, e aconteceu de forma muito rápida, e se tornar um alvo muito grande no mercado. E no mercado onde tem sangue, sempre vai ter ‘tubarão’ para atacar”, explica.
Segundo Boghosian, a Luna não tinha as reservas necessárias para proteger uma 💥️stablecoin que chegou a U$ 18 bi de dólares em capitalização de mercado.
O analista comenta que, antes de qualquer Fork, seria necessária a transparência em algumas questões, por exemplo, sobre como foi usado a reserva em 💥️bitcoins que o projeto havia comprado para tentar defender o UST.
“O mercado precisa saber isso para afastar, ou comprovar, a hipótese de que eles fizeram de fato alguma coisa errada ou maliciosa. Existem muitas especulações no 💥️Twitter sobre se houve algum tipo de desistência dos fundadores do projeto ou de fundos que estavam investidos no projeto.”
Boghosian diz que outro fator que pode atrapalhar a “ressurreição” de Terra, é a falta de descentralização.
“O dono do projeto, Do Kwon, é um cara com sérios problemas de ego, que ofende inclusive pessoas que questionavam à Terra em suas redes sociais.”
Por fim, o maior problema de todos, segundo o analista do Traders Club, é o resgate da confiança dos investidores pessoas físicas, uma vez que a quantidade de pessoas que perderam todo, ou boa parte, de seus investimentos, foi enorme.
“São muitos que perderam tudo, ou investiram mais do que deveriam, e perderam mais do podiam”, diz.
Desafios Pós-Hard Fork
Na opinião de Rafael Pugliesi, especialista em finanças comportamentais e Criptoativos, o aspecto mais difícil da proposta de restauração do ecossistema Terra Luna será o gerenciamento da distribuição dos 1 bilhão de tokens após o Hard Fork.
“Devido à conversão desenfreada de UST para LUNA, o seu suprimento aumentou muito, alcançando mais de 6,9 trilhões de tokens LUNA no momento em que escrevo esta resposta”, comenta.
Para ele, o renascimento da Terra Luna irá ocorrer em um dos períodos macroeconômicos mais difíceis da última década.
As consequências da crise do covid-19, o aperto monetário do 💥️Fed e o conflito Rússia x Ucrânia trouxeram um novo ambiente monetário de baixa liquidez, segundo ele.
“Por isso, a abundância de recursos para investimentos de venture capitals podem estar chegando ao fim na minha opinião”, explica.
Sendo assim, o especialista aponta que a comunidade Luna é forte, mas, ao mesmo tempo, está fortemente marcada e machucada, e que “a desconfiança e desafios econômicos podem dificultar as novas ambições de Do Kwon”.
Ele finaliza fazendo um alerta sobre os riscos para o investidor de varejo: “Lembre-se que aprender a gerenciar o risco do seu portfólio pode lhe salvar dos famosos Cisnes Negros, afinal, a regra nº 1 dos investimentos é sobreviver.”
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