Bancos melhoram projeções para PIB do Brasil, mas mantêm alerta sobre desaceleração no 2º semestre

Economia

Em revisão de cenário macro, o banco espanhol disse esperar variação positiva de 0,2% no PIB do segundo trimestre sobre o primeiro (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

A divulgação nesta quinta-feira do 💥️PIB brasileiro do primeiro trimestre acionou uma série de revisões de alta nos prognósticos para a atividade por parte de 💥️bancos, que seguem vendo ritmo mais fraco no segundo semestre, mas agora talvez na forma de uma desaceleração mais gradual.

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro teve crescimento de 1,0% na comparação com os últimos três meses de 2023, acelerando em relação ao fim do ano passado, quando avançou 0,7% sobre o trimestre anterior.

Os dados foram divulgados pelo 💥️Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O 💥️Itaú Unibanco (💥️ITUB4) aumentou para 1,6% a taxa de crescimento esperado para 2022, de 1,0% do cenário prévio, e projeta elevação de 0,8% do PIB no segundo trimestre.

“Apesar do resultado abaixo do esperado, a divulgação do PIB do primeiro trimestre confirma que a economia teve um início de ano forte e consolida nossa percepção de que o primeiro semestre deve ter crescimento mais robusto do que se esperava inicialmente”, disse o banco em relatório de revisão de cenário, sem deixar de ressalvar, contudo, perspectiva de declínio de 0,4% do PIB tanto no terceiro trimestre quanto no quarto.

O 💥️Citi dobrou sua estimativa de expansão da 💥️economia neste ano para 1,4%, de 0,7% antes, depois de classificar a performance dos primeiros três meses do ano como “robusta” e citar que a recuperação no mercado de trabalho teve papel no impulso do consumo privado, que puxou os resultados de janeiro a março.

Itaú Unibanco

O Itaú Unibanco aumentou para 1,6% a taxa de crescimento esperado para 2022, de 1,0% do cenário prévio (Imagem: André Luiz)

O 💥️JPMorgan prevê que o segundo trimestre do ano deverá ser “mais forte” do que o banco estava esperando e calcula aumento do PIB de 1,5% entre abril e junho sobre o primeiro trimestre do ano em taxa anualizada com ajuste sazonal.

O número cheio para 2022 foi elevado a 1,2%, de 1% do cenário anterior.

Flávio Serrano, chefe de análise macroeconômica da Greenbay Investimentos, calculou que o “forte” resultado do primeiro trimestre deixa um carregamento estatístico “na casa de” 1,5%, o que indica um segundo trimestre também positivo e eventualmente um crescimento do PIB de 2% no ano.

O 💥️Santander Brasil (💥️SANB11) agora vê a atividade econômica em alta de 1,2% em 2022, bem acima do prognóstico anterior, de aumento de 0,7%, citando “surpresas positivas que melhoraram a perspectiva” para o primeiro semestre e a consolidação da reabertura econômica, a recuperação do mercado de trabalho e o fortalecimento de setores menos cíclicos relacionados às 💥️commodities.

Em revisão de cenário macro, o banco espanhol disse esperar variação positiva de 0,2% no PIB do segundo trimestre sobre o primeiro (com ajuste sazonal).

Nas contas do Santander, entre julho e setembro a economia ficará parada, já sob efeitos de uma política monetária contracionista, e no quarto trimestre sofrerá retração de 0,4%.

O 💥️Credit Suisse não chegou a alterar suas projeções e segue vendo expansão de 1,4% na economia em 2022.

O banco, conhecido por suas visões conservadoras, ainda espera esfriamento da economia por causa dos efeitos do aperto das condições financeiras, mas ponderou que os números divulgados mais cedo pelo 💥️IBGE sugerem que essa “desaceleração pode ser mais gradual do que nossa expectativa”.

“Internamente, as condições do mercado de trabalho melhoraram fortemente nos últimos meses, com a população ocupada atingindo o maior nível da história em abril, o que é favorável ao consumo. No exterior, vemos maior probabilidade de um cenário em que os preços das commodities permaneçam elevados (por exemplo, devido à retomada da economia da 💥️China e a prolongadas restrições de oferta)”, disse o Credit Suisse em relatório.

O Barclays adotou um tom mais sóbrio e se limitou a falar de “algum risco de alta (para a atividade) no curto prazo” devido a melhores condições no mercado de trabalho e a maiores gastos do governo antes das eleições.

O banco manteve prognóstico de aumento do PIB de 1,0% em 2022 e vê como “mais desafiadora” a segunda metade do ano, tanto por fatores internos política monetária restritiva e incertezas eleitorais quanto por temas externos eventos geopolíticos na Europa e a política de Covid zero na China.

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